Brincadeiras de outrora
1) “Seu” Ratinho
Brinquedo de roda. De ambos os sexos. Todos de mãos dadas e girando. Dentro da roda uma criança. Fazia o papel de “seu” Ratinho. Do lado de fora ficava outra. Esta perguntava:
– “Seu” Ratinho está em casa? As da roda respondiam:
– Não está, não senhor.
– Que hora ele vem ?
– A uma hora.
– Que hora ele vem ?
– As duas horas.
– Que hora ele vem?
– As três horas.
(e assim, até que se chegava às dez horas. Depois disso a roda parava de girar e a que estava de fora tentava entrar pelos vãos dela para apanhar o “seu” Ratinho. As crianças, então, uniam os corpos, fechando bem o círculo, não a deixando entrar. E, entre a gritaria de todos, a de fora ia tentando romper a barreira, até que o conseguia e apanhava o “seu” Ratinho.)
2) Deus come sopa
Uma criança maior levantava outra menor, segurando-a pela cabeça. Dava-se a isso o nome de “fazer” “Deus come sopa.”
3) O bom barqueiro
Um par fazia um arco com os braços. Antes, em segredo, combinavam: um representaria o Inferno e o outro o Céu. E dava-se também o nome de frutas: “banana” correspondia a Inferno, e “laranja” a Céu.
As demais crianças, em fila, iam passando debaixo do arco, cantando:
Vou pedir ao bom barqueiro Licença para passar,
Porque tenho mulher e filhos E não posso sustentar.
Conforme ia passando a fila, as do arco retinham uma por uma e lhe perguntavam:
– O que que você quer? Laranja ou banana? E iam mandando ficar de lado, detrás daquela que representava a sua preferência.
No final, quando passavam todas, apontavam para cada lado e gritavam:
Céu! Céu! Inferno! Inferno!