Como as colônias comemoravam o Natal com a família em 1989?

Em 1989, o Semanário A PROVÍNCIA foi descobrir como as colônias comemoravam o Natal e final do ano. Japoneses, judeus, tiroleses contaram suas histórias para a reportagem de Bene Felipe.

“O Natal não é uma festa tão significativa para o japonês como é o Ano Novo. No Japão, a maioria da população é budista e não católica, por isso não existe uma tradição na comemoração dessa festa. Aqui em Piracicaba, o japonês comemora o Natal como qualquer católico.” A afirmação foi de Mário Kazuo Miassaky, da Colônia Japonesa, ao falar sobre as comemorações da festa natalina pela Colônia.

Como a maioria dos Cristãos, em Piracicaba o japonês vai se reunir e passar o Natal em família. Mário lembrou que no Japão o comércio fatura alto em cima do Natal, mas quando chega o Ano Novo, a coisa muda. “Os japoneses comemoram a chegada do novo ano durante uma semana e vários costumes são colocados em prática, dependendo de cada região.”

Mário é da região de Kiyushu e lá o povo tem por tradição entrar no Ano Novo com a casa limpa e roupas novas, especialmente as peças íntimas. “O japonês Kiyushu também procura pagar todas as suas dívidas ou dar uma solução a elas, para entrar no Ano Novo sem os antigos problemas de dinheiro.”

Com presépio armado na Igreja do bairro, os tiroleses de Santana vão comemorar o Natal “cada um com sua família, conta Rose Aragão. Não existe um costume especial para o Natal. Nós comemoramos a data como todo cristão, junto da família”.

Os libaneses na cidade também comemoravam o Natal no estilo brasileiro.

Para os judeus, o Natal é todo dia. “Nós os judeus respeitamos a comemoração do Natal, pois sendo Jesus um judeu e que foi considerado como está escrito na cruz INRI (Jesus Nazareno Rei dos Judeus), nós o temos em consideração como uma pessoa sábia, bondosa, que trouxe ótimos exemplos para a humanidade e que são preservados até hoje pelos cristãos de todo o mundo”, afirmou Jayme Rosenthal.

Sendo uma época que intermedeia o início do novo ano igual ao judaísmo, entre o Ano Novo e o dia do perdão, Rosenthal acredita que nesta semana é necessário fazer uma análise de todos os nossos atos praticados perante Deus e nossos semelhantes, “procurando fazer um juízo daquilo que fizemos e nos comprometendo no início do ano, após termos refletido sobre os nossos bons e maus atos praticados, entrar no Ano Novo com a mente aberta e o coração com muito amor e paz”.

Os judeus – que seguem rigorosamente o Velho Testamento – esperam com ansiedade a vinda do Messias, porque nessa época todos viverão a paz, amor e fraternidade. Como estamos esperando a época messiânica, procuramos todos fazer nosso papel messiânico para que essa época chegue logo e possamos comemorar todos os dias o Natal, diz Rosenthal, desejando um feliz Natal e um Ano Novo com muita paz, saúde e felicidade aos judeus de todo o mundo.

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