ESALQ: um século de ciências agrícolas em Piracicaba – (V)

Listo, em seguida, usando material do Departamento de Economia, Administração e Sociologia, relatando os destaques dos últimos 30 anos, outras contribuições.

1. José F. Noronha – trabalhos sobre administração rural e projetos agropecuários;

2. Evaristo M. Neves – economia de produção, agronegócios;

3. Paulo F. Cidade de Araújo – crédito e finanças rurais;

4. Fernando Curi Peres, José V. Caixeta, Adriano J. B. V. de Azavedo Filho – pesquisa operacional e modelos logísticos aplicados à tomada de decisão;

5. José Molina Filho, Ariovaldo Queda, Antonio Carlos Sant’ Ana Diegas – análise de nível de vida no meio rural, sociedade ambiente;

6. Pedro V. Marques – estrutura e funcionamento de mercados agroindustriais;

7. Ana Lúcia Kassouf, Adriano Azevedo Filho, Carlos José C. Bacha, Heloísa Lee Burnquist, José Bento S. Ferreira Filho, Ricardo Shirota – métodos quantitativos na teoria do capital humano, análise de investimento, política agroindustrial, comércio internacional, modelagem, financiamento de produção;

8. Zilda P.B. Mattos, Dalcio Caron, Manoel Cabral de Castro, Paulo Sérgio Millan, Marcos S. Jank – microeconomia, recursos hídricos, desenvolvimento sustentável, comércio internacional.

Merecem registro: a revista Preços Agrícolas, editada regularmente pelo departamento, a criação da Fundação de Estudos agrários Luiz de Queiroz (FEALQ), por iniciativa de docentes do departamento, Paulo F. Cidade de Araújo e Joaquim C. Engler. Sobre a FEALQ falarei depois.

1.2.2 – Engenharia Rural e Mecânica Agrícola

Há um fato relevante a registrar: a indústria de tratores no Brasil nasceu na Luiz de Queiroz, numa reunião técnico-científica, promovida pelo professor catedrático Hugo de Almeida Leme. Nela foi demonstrado que o páis estava pronto para a mecanização em larga escala e que havia mercado para adaptados às condições locais. O primeiro trator de fabricação aqui, um Ford, é um monumento na ESALQ, aposentado depois de anos de leais serviços.

Mais recentemente deve-se destacar a preocupação de docentes, representados por Luis A. Balastreire com a chamada agricultura de precisão. Nela, eletrônica e informática são usadas para medir melhor desde a fertilidade do solo, a dose e a formulação do adubo, até a incidência de pragas e moléstias e a variação da colheita no campo. É difícil prever quando nas lavouras extensivas do Brasil será prático ter-se essa nova agricultura. Pode-se esperar, porém que o dia virá em que ela se justifique particularmente com a necessidade crescente de reduzir custos para ganhar competitividade no mercado unilateralmente globalizado, em que o Brasil tem que bater competidores duplamente subsidiados, como são os casos, por exemplo, do algodão e do suco de laranja concentrado: o subsídio direto ao produto estrangeiro dado pelo país de origem, o subsídio indireto dado pelo governo brasileiro com a sua falta de política agrícola – reforma agrária, a preocupação dominante, é parte e não o todo -, juros escorchantes praticados no país aumentam custos e diminuem competitividade.

Tem-se que lembrar, ainda, a preocupação no ensino, na pesquisa e na extensão como a irrigação e a fertirrigação em cultura temporárias, como o feijão, e perenes, como o cafeeiro e os citrus. Nomes que vêm se destacando: José A. Frizzone e Marcos A. Folegatti.

Voltando no tempo. Há uns 40 anos, os irmãos Anivaldo Pedro Cobra e Antônio Cobra Netto, respectivamente das Cadeiras de Mecânica e Máquinas Agrícolas e Química Agrícola, em caráter pioneiro no Brasil, fizeram um ensaio de campo sobre aplicação de adubos fluidos em cana de açucar e milho. Hoje, os adubos fluídos, solução ou suspensão, já são aplicados rotineiramente

(continua)

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