Olegário José Godoy
Eles conheceram o auge da fama nos anos 30. Segundo o próprio projeto de lei que deu a uma avenida do bairro Santa Rita, o nome de Olegário José Godoy, foi, entretanto, muito antes, que Sorocabinha se iniciou na música sertaneja, área que lhe garantiria a fama e mais de 70 LPS gravados, junto a Mandi, quando, então, formaram a famosa dupla Mandi e Sorocabinha.
Olegário era piracicabano, nascido em 1895, e com os irmãos mais velhos aprendeu a tocar viola, sempre acompanhado do pai, o Nhô Sorocaba. No entanto, nos anos 20, ao ser apanhado pelo tifo, quase morreu. Já casado, sem poder continuar a trabalhar na roça, transferiu-se para a cidade onde passou a vender bilhetes de loteria para sobreviver.
Curado, retomou a paixão pela música, compondo modinhas e cantando pelas ruas da cidade. Foi, então, em 1924, que, ao visitar Piracicaba, Cornélio Pires contratou-o para realizar o primeiro show em São Paulo, no Cine República.
O sucesso veio fácil e, em 1929, ele gravava o primeiro disco e iniciava uma turnê com a chamada “Turma Caipira de Cornélio Pires”. É desta época a formação da dupla com Mandy, Manoel Rodrigues Lourenço.
Com ele, Sorocabinha gravou o primeiro disco da Turma Caipira RCA Victor, na Escola Normal de Piracicaba. E, a partir de então, a dupla chegou a completar outras 70 gravações em LPs de 78 rotações.
Com o início da II Guerra Mundial e já morando em São Paulo, para onde se transferira buscando melhores condições para os filhos, abandonou o mundo da música e passou a trabalhar numa grande loja de departamentos.
Seu último show aconteceu em 1951, na Quinta da Boa Vista, quando cantou para o presidente Getúlio Vargas.
O reconhecimento pelo pioneirismo na música sertaneja veio para a dupla através da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, em 1979. Em 1981, o próprio Museu da Imagem e do Som de São Paulo registrou seu depoimento.
Sorocabinha faleceu em 1995, depois de passar os últimos anos de sua vida, dedicando-se a escrever, inclusive transcrevendo a Bíblia, numa rotina diária de oito horas de trabalho.
A vida e obra do Sorocabinha, está registrada no magnífico livro Raiz da Música Sertaneja, da sutorace filha do Sorocabinha, hoje aos 93 anos, Maria Immaculada da Silva, http://www.sorocabinha.com.br , acompanha dois CDs.