Brasil 7 X Fome 1

(imagem: por Pexels)

Em 2014 fomos derrotados, avassaladoramente derrotados,  pela Alemanha, por esse placar! Na Copa do Mundo de  futebol! No Mineirão!

Pois é, mas não liguei muito, afinal estava em “estado de  graça”! “Como assim”? Poderia me perguntar leitor mais  afoito, ”estado de graça”? Talvez “eufórico” fosse mais  adequado, mas “estado de graça” tem mais força! Sim, no  início de 2014 foi anunciada a saída do Brasil do Mapa da  Fome de 2013! Para a ONU (Organização das Nações Unidas),  países com menos de 5% de seus habitantes em estado de  Insegurança Alimentar (leia-se Fome) fazem parte de seleto  grupo que está fora daquele Mapa. O Brasil foi o trigésimo  segundo!

O responsável pela façanha, o condutor do  Programa Fome Zero do Governo do PT era o Engenheiro  Agrônomo José Francisco Graziano da Silva (Mestre pela  ESALQ-USP e Doutor pela UNICAMP, onde é Professor  Titular), então Diretor Geral da FAO (Food and Agriculture  Organization) da ONU, mesmo ano em que foi reeleito para o  Cargo sem nenhum voto contrário (cento e oitenta e dois  Países votaram)! Tal brasileiro deveria receber homenagem  grandiloqüente do Brasil! Por que não uma “Cátedra Luiz de  Queiroz” de sua Escola? Lamentavelmente já voltamos para o  malfadado Mapa! Mas meu ufanismo não acaba, ainda! José  Francisco Graziano da Silva formou-se na Escola Superior de  Agricultura “Luiz de Queiroz”, da Universidade de São Paulo,  Campus de Piracicaba, em 1972, tendo sido meu aluno.  Talvez ele nem se lembre, mas, eu nunca me esqueci!

Nos últimos cinco anos fomos assolados por Sete Pragas  devastadoras, que não são as do Egito, a saber: a Operação  Lava Jato; a deposição absurda da Presidenta Dilma  Rousseff; a volta da Fome; a volta da Miséria; a volta do  Desemprego; o desaparecimento da Credibilidade  Internacional e, a cereja desse bolo insosso, a Pandemia de  Covid-19, que matou pelo menos seiscentos e sete mil brasileiros! A culpa da Pandemia não é nossa, mas a  responsabilidade pelo seu controle, sim! Os maus políticos,  aqueles que não pensam no Povo são muitos, muitos! E,  nosso Presente é muito sombrio! Imagine nosso Futuro! E  ainda levamos a Inflação de lambuja. Tudo que arrasa o mais  pobre! No entanto, faz mister afirmar que a Pandemia não é  responsável por nenhuma daquelas pragas. Elas já eram  nossas conhecidas. A Fome evidentemente se agravou com  ela, o mesmo podemos dizer das outras seis. Há que se  considerar, no entanto, que a Covid-19 é uma virose de  “baixa” letalidade. Sabe-se que de cada cem pessoas apenas  cinco apresentam sintomas e necessitam de tratamento,  dessas, somente duas necessitam de tratamento intensivo e que podem falecer! Mesmo assim, nunca é demais lembrar,  que mais de seiscentos e sete mil brasileiros morreram!  Pense em seiscentos e sete mil ataúdes! Pense!

Meu ufanismo ou minha euforia ou, ainda, meu “estado de  graça” tem muita razão de ser: sou Professor de Engenharia  Agronômica, a mais importante das Profissões! Como disse,  durante muitos anos a meus alunos, o Ser Humano tem quatro Necessidades Básicas, numa ordem rígida:

1- Alimentação.

2- Saúde.

3- Habitação.

4- Educação.

As produções Vegetal e Animal são a Coluna Vertebral da  Vida Humana. A Fome é o maior problema da Humanidade!  O Brasil é o maior produtor mundial de Proteína Animal e o  segundo maior produtor de Grãos. Será que isso não justifica minha afirmação? A Agricultura Mundial produz mais Alimentos do que a Humanidade necessita. Por que, então, a  Fome é o maior problema do Mundo? Porque a distribuição  dos Alimentos, assim como a Distribuição de Renda e de outros Bens depende da Política e essa nem sempre é  compreendida e Séria!

O Homem envergonha o Reino Animal! Homo sapiens L. Pois,  sim!

Mirtes adverte enquanto prepara sua polenta com Molho de  Filé e Abobrinhas, sensacional: “Não se esqueça do preço da  gasolina!”

*Jairinho de Dona Sinhá é Jairo Teixeira Mendes Abrahão, Professor Titular da ESALQ-USP.