Quando entardece…
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É no entardecer que a vida se torna mais intensa e ousa perguntar se, até aqui, tudo correu bem. Depois das três horas da tarde (a Hora em que tudo foi reconciliado em Deus), um novo movimento se faz notar por entre os sussurros diurnos. A tarde recebe do céu um vento ornado de promessas.
Entre as alvíssaras, um anúncio nos assombra. “Jesus está voltando”, eis a frase escrita nas pedras dos caminhos, nos muros da vida, nas camisetas dos crentes e na fé dos que suspiram pela vinda gloriosa do Senhor. Viria Ele purificar esta terra de horrores; viria para deter o banho de sangue na Nigéria; viria em socorro dos pequeninos e dos que carregam cruzes pesadas. Viria para curar e salvar. Alguém pode aguentar mais um pouco só de violência e de corrupção? Quem consegue tomar conhecimento das notícias, sem sentir um profundo desprezo pelo gênero humano?
Há rumores de guerra no ar. Sempre houve, é certo. Tudo isso terá de acontecer, embora ainda não se esteja perto do fato derradeiro, conforme ensinam as Escrituras. Quem as lê, vislumbra o porvir, e pode preparar-se para um tempo difícil. Tempos sem água e sem luz?…
Ouvimos dizer que Jesus virá como Rei triunfal. Que falta pouco para a Sua Segunda Vinda se realizar. Feliz do servo que o Senhor encontrar sem culpa, cumprindo os seus deveres, seja no sofrimento, seja na alegria. A felicidade será completa para aquele a quem o Senhor dirigir um só dos Seus olhares!
O entardecer me faz suspirar por tudo isso. Por esta promessa luminosa, quando as coisas serão novas e perfeitas. Um novo dom percorrerá o planeta, renovado em sua aliança eterna com o Criador. As virgens prudentes da parábola nos inspiram a termos nossa lâmpada sempre bem abastecida de azeite. Não venha nos faltar o óleo da santidade e do merecimento diante de Deus, para sairmos ao encontro do Noivo à meia-noite. Ele passará pela soleira da nossa porta e quem for digno de segui-Lo irá com Ele.
O incêndio iluminador de uma tarde inquieta me inspira tais pensamentos. Caminhando pelas ruas da cidade, sob o calor intenso destes dias, elevo meu olhar para os céus, de onde imagino que o Senhor descerá. Ele virá sobre as nuvens e todo olho O verá. Aprendi assim e assim guardo o ensinamento no meu coração.
Meu texto necessita de misericórdia, tanto quanto a humanidade carece de amor. Tanto quanto o mundo sonha com a paz. Letras não podem prescindir de Deus e palavras não subsistem sem a seiva da força suprema e criadora. Do Alto vem o que alimenta cada frase e seu momento intrínseco. Almas não podem ser salvas sem o abraço do perdão divino. Estes conceitos atravessam minha mente, num turbilhão de imagens apocalípticas, quando os santos de Deus se revelarão ao mundo e cumprirão tarefas universais.
As ruas da cidade são puro fogo. Minha alma é puro fogo. Sou devorada pela paixão do conhecimento, do estudo, da leitura, da pesquisa. Quero compreender o que virá e o que a Revelação divina me diz. Mas nem sempre é fácil. São Jerônimo, grande estudioso e apaixonado biblista, rogai por nós!