Coluna ContraPonto: Lula, o bode expiatório da vez

Os textos de diferentes autores publicados nesta seção não traduzem, necessariamente, a opinião do site. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Mais uma vez – agora no IBOPE- Lula aparece em primeiro lugar nas intenções de voto para a Presidência da República nas eleições de 2018. Bastou a notícia vir a público para o antipetismo fomentado pelo incontrolado ódio semeado contra ele e patrocinado pelos poderosos de sempre – desde a época do Império – colocarem o bloco na rua.

Não é de se estranhar que num universo de centenas de corruptos alcançados pela Lava Jato, Lula seja o alvejado de sempre pela mídia. Na grande mídia e naquelas menores, seguidoras cegas –ou por algum tipo de interesse- da primeira; para o deleite da plateia desejosa de sangue e para aqueles cuja semeadura do ódio encontraram terreno fértil.

Tática manjada, a orquestração de setores da grande  mídia(rádios, jornais, revistas, TVs e mídias da internet) contra Lula presta um desserviço ao País. Dá a impressão de  estarem sempre ao lado dos poderosos, dos que desejam um Brasil para os seus interesses.

O justo tratamento dos fatos e das pessoas parece não mais existir a partir do fenômeno Lula. Parece que se quer fazer uma irreversível lavagem cerebral na opinião pública nacional. E para isso parece contarem com fatos “novos” diários a partir de relatos na operação repescagem da Lava Jato. “Re-delações”, como se pode interpretar, somente daqueles que tem algo negativo a dizer sobre o ex-presidente; e se não tiverem, talvez inventem para satisfazer a ânsia de sua condenação e obterem penas mais brandas, como se pode inferir.

Ainda bem que há honrosas exceções, os que praticam o jornalismo honesto e com coragem para denunciar mazelas da realidade nacional. O leitor com olhos para ver não se surpreende.

Apenas um discernimento mediano é suficiente para ‘ganhar a fita’ das odientas  pregações sobre e contra Lula e o Partido dos Trabalhadores. Fazem a opinião pública acreditar que ele foi péssimo para o País e todos os seus atos foram calcados em corrupção;  que é o corrupto a ser abatido, enquanto os demais, graúdos e lambaris de quase todos os outros partidos, passam a ter algum tipo de salvo-conduto devido às suas biografias pautadas na  “honestidade”, até que se prove o que os delatores relatam.

A regra, no entanto, parece não valer para o ex-presidente que colocou o País na honrosa posição de quinta economia mundial no período em que governou; período de grande prosperidade para ricos e pobres. E isso, por mais que se odeie o ex-metalúrgico, por uma questão de justiça, deveria ao menos ser reconhecido. Sendo ele corrupto ou não.

Entretanto, ao contrário, a semeadura de ódio contra ele continua nos mesmos moldes aos executados em 2014 contra o PT e Dilma Rousseff. Um verdadeiro bode expiatório a satisfazer o ódio antipetista e a escusos interesses.

 

A ORDEM É DESTRUIR LULA?

 

Parece clara a intenção de queimar Lula para a campanha presidencial de 2018. Pelo lado dos interesses pessoais e políticos, João Dória Jr. parece diariamente aparecer na internet em  repugnantes e descaradas propagandas políticas de desinformação. Seu discurso  mistura preconceito com esse ódio transgênico da internet; e com calúnias midiáticas ao estilo – na essência – nazifascista da década de 1920-1930 na Alemanha.

De forma maldosa e inverídica, ao que se pode pensar, Dória prega que o plano de Lula ameaçará o patrimônio dos brasileiros (já vimos esse filme): “A corrida eleitoral ainda não começou oficialmente, mas desde já é importante estar atento aos efeitos que a vitória de uma ou outra liderança política terá sobre seus investimentos. Você já se perguntou quais seriam as consequências para sua carteira se o PT voltasse ao poder? Neste relatório exclusivo, nossos analistas mostram o que aconteceria com o seu dinheiro se Lula fosse eleito presidente”, diz o texto, que demonstra ou omite a estupenda arrancada da economia nacional no governo do ex-presidente e que é o oposto da  alarmista mensagem.

A campanha de desconstrução de Lula já começou e está em pleno andamento. Basta incriminá-lo –com provas ou não- e a corrupção estará acabada no Brasil; e os demais acusados de corrupção estarão automaticamente inocentados, principalmente pela grande imprensa e pelas mídias sociais.

É preciso cuidado e discernimento. Hitler pregava que os judeus e os comunistas eram uma ameaça ao patrimônio dos alemães. Deu no que deu.

 

***

 

QUEM É JOÃO DÓRIA Jr.

 

Em seu perfil na internet, consta que João Agripino da Costa Doria Junior (PSDB), mais conhecido como João Doria Jr. é  empresário, jornalista, publicitário, político brasileiro, filiado ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).Político declarado, portanto.

É o atual prefeito da cidade de São Paulo e apadrinhado pelo governador Geraldo Alckmin. Sua campanha foi focada no fato de não ser político, mas sim gestor e administrador, e também criou a imagem de homem  simples e trabalhador para conquistar votos nas camadas mais pobres da população (quem não se lembra do “pobre e simples” homem do interior, Orestes Quércia?); criou a imagem e o slogan de  “João Trabalhador”, insistentemente martelado na cabeça dos eleitores.

No entanto, ao contrário da imagem que tenta transmitir , João ‘trabalhador’, não é bem assim.  Filho de político, viveu com a família na Europa na década de 1960 – feito somente possível para os muito ricos. De volta ao Brasil, aos 13 anos, começou a trabalhar em uma agência de publicidade por indicação do pai, Nelson da Costa Doria, também publicitário e ex-deputado federal. Aos 21 anos tornou-se diretor de comunicação da FAAP e da Rede Bandeirantes de Televisão, quando começou a carreira política como Secretário de Turismo de São Paulo e Presidente da Paulistur, durante o governo Mário Covas, e Presidente da Embratur no governo José Sarney. Duas empresas estatais. Trajetória muito diferente da maioria dos brasileiros simples e pobres que ralam a vida toda.

Dória Jr. é presidente do Grupo Doria, um conglomerado de comunicação e marketing e presidente-fundador do Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), uma das maiores organizações empresariais do Brasil. Declarou os impressionantes quase R$ 180 milhões em bens em 2016.

 

BOM DE MARKETING

 

Considerado autêntico playboy paulistano e bom-vivant, filho abastado e indivíduo bem-humorado, jovial, que valoriza os prazeres da vida e sabe gozá-los, Dória parece ter se passado por pobre coitado que venceu na vida em sua vitoriosa  campanha à Prefeitura de São Paulo no ano passado. Parece ter pregado mentiras como “não sou político” e outras baboseiras fáceis de enganar as pessoas carentes de alguém não-político na política.

Dória e os seus marqueteiros acreditam que a mentira repetida incessantemente acaba transformando-se em verdade absoluta. A fiel e bem sucedida aplicação dos princípios e estratégias do nazifascismo levada ao extremo pelo  mestre da pregação mentirosa, Joseph Goebbels, ministro da propaganda e da desinformação nazista, parece estarem agora também usadas contra Lula.

Dória procura confrontar  insistente e abertamente o ex-presidente por que isso lhe trará dividendos políticos imensuráveis para a sua ambição política e de poder. Utiliza-se da mesma tática de desconstrução de imagem de adversários que vem utilizando em sua enrustida vida pública.

ÓDIO TRANSGÊNICO

Finalmente, João Dória Jr. é integrante da família Costa Dória, formada no período colonial e composta por senhores de engenho e de escravos. Um de seus personagens mais importantes, Antonio de Sá Dória (1590-1663), possivelmente o mais rico dos moradores de Salvador em seu tempo, teve, em apenas um de seus engenhos, 40 escravos. Seria Dória um digno representante da Casa Grande no novo milênio? Seria, ainda, o criador do neo-ódio, o ódio transgênico? Seu inspirador, Donald Trump, está por trás de sua trajetória política e empresarial?

Para seus adversários, Dória não representa a nova política, mas sim o que há de mais antigo e sujo na política brasileira: a elite proprietária de terras e de escravos do período colonial no Brasil.

 

***

FRASE DE HOJE: “Maldito o homem que crê no homem”. (Bíblia Sagrada)

1 comentário

  1. linneu jose liborio stipp em 29/04/2017 às 13:18

    NEGADINHA DO APROVINCIA.COM

    TOH CUM A PASIENSIA ISGOTADA, BOA TARDE

    TOH NAKOVA JÁ FIS A DECRARAÇÃO, NUM PUIS AS PROPINA DO KAIXA DOIS, MEU CRC SP VAI PRA CUICUIA…

    SERTA VEIS FIKEI TOMANDO KONTA DA FUNERARIA DA FAMILIA, MEU PRIMO TONINHO LIBORIO IA JANTA.

    LÁ PELAS TANTAS TOCOU O TELEFONE ALGUEM QUE LIGAVA DÁLGUM TELEFONE DA RUA DO PORTO:

    É DA FUNERARIA? PODE VIM AKI TIRA A MIDIDA DUM DEFUNTO QUE MORREU?

    TAO RECRAMANDO MUITO DO BI-EX D IA DESSES ARGUEM VAI TIRA MIDIDA…

    JA MORREU?

    LINNEU LIBORIO

Deixe uma resposta