Santo Elesbão

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saSou católica e feliz por ter nascido num lar católico, vendo meu pai e minha mãe rezando o terço de joelhos, todas as noites, diante das imagens dos Sagrados Corações de Jesus e Maria.

Ser católico é ser universal e acolhedor. Tenho amigos evangélicos, espíritas, budistas, judeus, agnósticos e vejo que até mesmo os ateus creem num Ser Superior que rege todas as coisas.

O católico de verdadeira fé, com profunda vivência dos valores cristãos, possui uma alma nobre, compreende e perdoa. Ama a todos, de todas as confissões religiosas, respeitando-os, como nos ensina o papa Francisco.

Recentemente, fui destratada, insultaram-me pela internet. Faz parte. Foi-me dito que nós, católicos, fazemos “barganha” com Deus. Nossas orações, novenas e promessas, seriam meras “negociações” com Deus, para obtermos algo em troca e que não passamos de um bando de hipócritas.

Claro que doeu. Contudo, não posso revidar de forma rude ou grosseira. Não seria cristão. O gesto de amor é pagar o mal com o bem, numa atitude de perdão e caridade, buscando ser compreensivo, sem julgamentos.

É difícil viver esta filosofia do amor? É, sim, é bem árduo este caminho. Quem já não sentiu ganas de dar uma resposta “à altura” quando é ofendido? Diz a Palavra para oferecermos a outra face, se nos baterem numa delas. Ah, meu Deus! Como isso é complicado! Jamais levantar a espada contra o nosso inimigo. Deixar a justiça para Deus, pois somente Ele é o perfeito e justo Juiz.

Então, ao ler que os católicos “pedem coisas” aos que morreram em santidade, veio-me à lembrança uma entrevista que vi na tevê de um estudioso, especialista em vida de santos.

A matéria foi muito boa e interessante. O entrevistado sugeriu não fazer pedidos aos santos de praxe, como a Santo Antonio, por exemplo, tido como um grande casamenteiro. (Consta que havia uma imagem de Santo Antonio numa igreja aqui de Pira, já com os pés gastos e sem pintura. Reza a lenda que as moças solteiras passavam demais as mãos nos pés do santo, pedindo um bom casamento…).

Rindo gentilmente, o entrevistado opinou que se façam os pedidos aos santos “menos ocupados”, àqueles de quem ninguém quase se lembra. Um destes pouco requisitados seria Santo Elesbão. Eu o desconhecia e comecei a investigar sua vida. Elesbão foi um rei católico do século VI, um negro etíope, estimado pelos seus súditos e seu reino propagava a fé cristã. Mas o reino vizinho era chefiado por Dunaan, que promoveu um massacre no qual morreram cerca de quatro mil cristãos. Elesbão declarou guerra a Dunaan e liderou o seu povo, saindo-se vencedor.

Mais tarde, sentindo o chamado de Deus, Elesbão entregou o trono ao seu filho e dividiu seus tesouros com os súditos pobres. Partiu para Jerusalém, onde depositou a coroa real na Igreja do Santo Sepulcro. Retirou-se para o deserto, vivendo como monge contemplativo até sua morte no ano de 555. Sua festa se celebra no dia 27 de outubro.

Santo Elesbão!Rogai por nós!

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