Um canto de paz

Os textos de diferentes autores publicados nesta seção não traduzem, necessariamente, a opinião do site. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Minha alma deseja cantar um canto novo. Uma dessas harmonias benfazejas, capazes de nos fazer sonhar e revolucionar o mundo, o universo eternamente em expansão.

Busco compreender o sentido da perene recriação cósmica, e o assombro é colossal. Jamais alguém conseguirá decifrar o grande mistério de Deus. É Ele o Alfa e o Ômega, o início e o fim. Assim, fico tranqüila ao pensar que “Deus está no comando”, como se diz, e tento descansar. Penso que de nada irá adiantar me afligir por isso e por aquilo, pois há um plano superior para toda e qualquer situação.

Meu canto tem a pretensão de pregar a paz deste descanso, desta entrega total e irrestrita a planos que não podemos conhecer, a altitudes celestiais impossíveis de serem alcançadas, a não ser em sonhos.

Descansar. Repousar. Relaxar. Quantos conseguem fazer isso? Estamos mergulhados na azáfama diária e são tantas as nossas urgências, que não nos resta mais tempo nem para rezar.

Não quero nunca deixar de rezar. A oração é o alimento da alma e é com ela que nos fortalecemos para a solução de questões aparentemente tão espinhosas e impossíveis de serem resolvidas. Irmã Lúcia de Fátima dizia que “não existe problema espiritual ou material que não possa ser resolvido com a reza do terço”.

É este o meu canto novo, o meu canto de paz: a oração. Ah, como precisamos rezar. No meu catecismo de menina, preparando-me para fazer a primeira comunhão, a professora disse que “rezar é conversar com Deus”. Levo comigo vida afora esta lição maravilhosa, crendo que estou conversando com o Criador enquanto rezo.

Será mesmo possível alcançar graças com o poder da oração? Só pode atestá-lo quem já as alcançou, desfiando as contas do rosário, fazendo as novenas tão belas e poderosas. Somente o dirá quem já ficou em silêncio e rezou com palavras do seu coração, refletindo profundamente no sentido delas.

Meu canto se destina a este recomeço no calendário do tempo. Um canto de paz para um mundoem guerra. Um canto de solidariedade para com todos os povos e nações, para com todas as pessoas na face da Terra, pois como bem disse o papa Francisco, “cada homem e cada povo têm fome e sede de paz”.

Será tarde demais para cantar a paz? Está muito fora de moda desejar o amor e a paz neste nosso mundo tão decaído? A canção sertaneja diz que “é preciso amor pra poder pulsar/ é preciso paz pra poder sorrir/ é preciso a chuva para florir”.

Sim, sem paz não pode haver sorrisos nem abraços. A paz constitui a base da nossa felicidade, da nossa alegria, do nosso afeto. A solicitude nasce da paz, da boa vontade entre as pessoas, na ajuda mútua.

A paz é fruto da justiça e quando todos sentem que têm oportunidades iguais, com direitos respeitados, pode-se entender que dessa forma a paz será possível. Cantemos juntos, caro leitor, este canto de paz. Eu rezo aqui. Você reza aí. Saúde, amor e paz a todos nós. Amém.

 

Deixe uma resposta