13º salário deve ter impacto sobre recuperação de crédito

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Uma diferença de apenas 0,6% separa o percentual de variação do número de pessoas que entrou na lista de inadimplentes (23,58%) e o percentual de variação do número que saiu da lista (22.89%), de janeiro até setembro deste ano, segundo dados do Departamento de Economia e Estatística da Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba). A expectativa é que a entrada da primeira parcela do 13º salário, que deve ser paga até o dia 30 de novembro, impacte na taxa de recuperação de crédito.
“Já notamos uma reação no mercado no Dia das Crianças. As vendas passaram dos 4%, ficaram em 4,08%, dentro do patamar que projetamos, de até 4,6%, e já bem melhores do que as verificadas no Dia dos Namorados, quando o crescimento foi de 1,8%, e do Dia dos Pais, crescimento de 3,8%”, afirma Angelo Frias Neto, presidente da Acipi.
Angelo lembra de variáveis positivas no desempenho das vendas: a redução de feriados e os resultados do primeiro turno das eleições, fatos que, em sua opinião, impactaram sobre esses resultados. Além disso, Piracicaba ainda opera com saldo positivo de empregos no ano (1.444 vagas), apesar do saldo negativo em setembro (- 378 vagas), segundo o Caged (Cadastro de Geral de Empregados e Desempregados).
Outra informação de Angelo dá conta que os dados levantados pela Acipi, em relação à cidade, estão alinhados com os números divulgados esta semana pela Boa Vista SCPC, maior banco de dados sobre crédito no Brasil, que administra o SCPC em Piracicaba.
Em sua pesquisa trimestral, que considera todo o território nacional, a Boa Vista encontrou consumidores mais otimistas em relação às suas dívidas, além de uma queda de 22% para 16% na fatia dos brasileiros que consideram que sua situação financeira piorou no trimestre. A pesquisa também ouviu dos consumidores que as principais causas da inadimplência são o desemprego e o descontrole financeiro.
“Ainda não podemos falar de retomada econômica, mas a chegada do 13º salário faz, tradicionalmente, com que a maioria dos inadimplentes acerte suas dívidas, recupere o crédito e volte a consumir, o que sinaliza com um final de ano mais aquecido”, avalia Angelo Frias Neto.
Segundo Flávio Calife, economista da Boa Vista SCPC, o Brasil deve fechar o ano com um Natal melhor em vendas em relação ao ano passado. Em nota, a empresa ressalta que a percepção de melhoria e otimismo por parte do consumidor surpreende em um contexto de relativa instabilidade, de desaquecimento do mercado de trabalho e de menor concessão de crédito.

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