Capa e espada

zorro

Douglas Fairbanks em Zorro

Capa e espada é o nome de um gênero cinematográfico que começou nos anos 20 e atingiu seu auge na década posterior. O título revela alguma ironia, nem tanto quanto “sandália e saiote”, como ficaram conhecidas as produções bíblicas da mesma época. Mas demonstram um saudosismo de uma época ingênua, com lutas entre mocinhos e bandidos.

Piratas, mosqueteiros e mercenários. Esses eram os personagens principais do estilo, que teve como pioneiro Douglas Fairbanks Jr., conhecido como o grande senhor das fitas e aventura. Em 1920 ele lançou Zorro. Porém, teve receio da aceitação do público, já que era algo novo. Rodou ao mesmo tempo uma comédia romântica, O Excêntrico, que seria lançada em caso de fracasso.

Nem precisou. Zorro foi um enorme sucesso e deu origem ao gênero. Fairbanks se inspirou numa história em quadrinhos, A Maldição de Capistrano, publicada em gibis da época. E tornou clássica a trama do vingador mascarado mexicano. A partir daí, Fairbanks dedicou-se cada vez mais ao gênero, lançando Os Três Mosqueteiros, Robin Hood, O Ladrão de Bagdá e O Filho do Zorro.

O ator e diretor foi o fundador da United Artists, que criou ao lado de Charles Chaplin e Mary Pickford. Com o êxito, outros estúdios trataram de entrar na nova onda. Foi assim que surgiu Rodolfo Valentino, que além de despertar a atenção da plateia masculina, fazia as mulheres suspirarem com seu porte de amante latino. Estrelou O Sheik e virou lenda ao morrer prematuramente.

Além desses dois, outros galãs tiveram carreira marcante, como Ronald Colman, o herói de Beau Geste, e John Gilbert. Além de ser o parceiro favorito de Greta Garbo nas telas, foi o mocinho de Cavaleiro do Amor e Amante de Emoções. Sua trajetória na sétima arte, porém, foi abortada com a chegada do cinema sonoro. Descobriu-se que o galã viril tinha voz fina, que não era adequada para os suspiros femininos.

Com o chegada do som, o australiano Errol Flyn se destacou como o grande nome a encarar os espadachins aventureiros. Bonitão e de porte atlético, debutou em 1935 com Capitão Blood, em que enfrentava o vilão Basil Rathbone numa luta memorável, e a partir daí virou o grande sedutor de Hollywood, na tela e na vida real. Outros sucessos foram O Gavião do Mar e As Aventuras de Don Juan.

Na década de 40, passou a ter como concorrente no gênero o novato Tyrone Power, considerado um dos homens mais bonitos das telas. Ele interpretou o herói romântico em O Cisne Negro e O Capitão de Castela. Ambos morreram jovens. Flynn em 1959, aos 50 anos, de ataque cardíaco após vários problemas decorrentes do alcoolismo que levou sua carreira ao declínio. Power também foi vítima de infarto, em 1958, aos 44 anos, quando filmava na Espanha a aventura Salomão e a Rainha de Sabá.

 

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