Cartola, a nobreza do samba

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Nascido em 11 de outubro de 1908, no bairro carioca do Catete, Angenor de Oliveira passou a infância em Laranjeiras. Fez apenas o ensino fundamental e na juventude foi morar no Morro da Mangueira, onde passou a frequentar as rodas de samba e de boemia. É que havia sido expulso de casa pelo pai, indo morar num barraco com a primeira mulher, Deolinda.

Com 15 anos, começou a trabalhar, primeiro como tipógrafo e depois como pedreiro. Para se proteger nas construções, usava um chapéu engraçado, que lhe valeu o apelido com que ficou conhecido. Foi um dos fundadores da escola de samba Estação Primeira de Mangueira, em 1928.

Além de escolher o nome (Mangueira é a primeira estação da Central do Brasil) e definir as cores verde e rosa, foi o autor do samba do desfile inaugural, Chega de Demanda. Na década de 1930, fez amizade com Noel Rosa e passou a ter vários sambas gravados por cantores famosos.

Francisco Alves lançou Divina Dama em 1933 e fez grande sucesso. Também interpretaram músicas suas Carmen Miranda, Sílvio Caldas e Aracy de Almeida. Apesar disso, sumiu de circulação muito tempo e só foi resgatado em 1956 pelo jornalista Sérgio Porto, que o encontrou trabalhando num estacionamento do Rio de Janeiro.

Então voltou a compor e junto com a segunda esposa, Eusébia do Nascimento, a Zica, abriu na Zona Sul carioca Rio o restaurante Zicartola, que passou a ser ponto de encontro de sambistas e intelectuais.

Nos anos 70, gravou seu primeiro álbum solo, produzido por Marcus Pereira, onde registrou grandes sucessos como As Rosas não Falam. As composições de Cartola voltaram a ser gravadas por vários intérpretes, como Beth Carvalho, Paulinho da Viola, Alcione e Nara Leão.

O Mundo é um Moinho, um de seus clássicos, relata o conselho que teria dado a filha mais velha, que queria sair de casa para cair na vida. Foi regravada por Cazuza e Ney Matogrosso. Cartola continuou a desfilar pela Mangueira, onde sempre aparecia na comissão de frente, ao lado de outros bambas como Carlos Cachaça, Nelson Cavaquinho e Nelson Sargento. Mas até hoje não foi enredo da verde-e-rosa. No final dos anos 70, deixou o morro para morar com Zica numa casa em Jacarepaguá. Morreu em 30 de novembro de 1980, aos 72 anos

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