A história do cinema em capítulos

Pierre e Auguste Lumière

E pensar que o cinema começou como um fracasso! Na verdade ele assustou o público, de tão grande que era a novidade. A primeira exibição pública aconteceu no dia 28 de dezembro de 1895, em Paris. Os “pais” foram os irmãos Lumière, Louis e Auguste, que alugaram o Salon Indien do Gran Café, localizado no Boulevard des Capucines. O primeiro filme foi A Chegada do Trem à Estação Ciotat, um take simples, de aproximadamente 50 segundos, que mostra o que descreve o título. Mas a visão de imagens em movimento teria assustado os presentes, e muitos saíram correndo.

A maioria não ficou para ver outros filmes, como um que mostra a saída dos operários da Fábrica Lumière. Louis e Auguste trabalhavam no estúdio fotográfico do pai, Antoine, em Lyons, quando começaram as experiências com o cinematógrafo. O invento foi patenteado por Thomas Edison em 1891. Era um dispositivo com visor. Dentro dele, um rolo com um metro e meio de filme rodava sem parar. Os primeiros filmes mostravam dançarinas, animais amestrados e operários trabalhando.

Hoje o cinema avança a cada ano e as novidades tecnológicas não param. Mas porque ele pode ser definido como “herói da resistência”? Por muitas razões.

1 – Os primeiros anos marcaram a fase do cinema mudo. Mas, com o tempo, a necessidade do som se fez presente. Logo começou a se dizer que o público começaria a se cansar de imagens mudas, com efeito irreal, e legendas que interrompiam a ação. Não demorou para a indústria reagir e em 1927 estreou O Cantor de Jazz, em que Al Jolson cantava pela primeira vez.

2 – Nos anos 40, apareceu uma grande rival: a televisão. Veio uma pergunta: como o cinema iria sobreviver, já que agora se assistia em casa? A reação chegou em duas frentes. Na parte artística, começou a era dos grandes filmes de aventura. E na parte física, as salas e as telas ficaram maiores. Ir ao cinema virou ocasião social, de confraternização. E a indústria contou com aliados fiéis até hoje: os jovens.

3 – Por volta dos anos 60, o cinema parecia ter perdido essa conexão com a juventude. As produções estavam cada vez mais “família”, enquanto os jovens experimentavam todas as formas de rebeldia. Demorou para a indústria reagir, já nos anos 70, com a chegada de uma geração de ouro, liderada por Steven Spielberg. Tubarão bateu recordes de bilheteria e deu início à era dos blockbusters, com filmes-evento como Guerra nas Estrelas. A juventude passou a consumir não apenas os filmes, mas toda uma gama de produtos relacionados a eles.

4 – Quando surgiu o videocassete, nos anos 80, os pessimistas se apressaram em decretar a morte. Uma revista semanal brasileira fez um trocadilho baseado no nome de um filme e colocou na capa, a respeito da nova mania: “Matou o Cinema e Foi à Família”. Dessa vez, não se esperava o filme ser apresentado na televisão. Você o alugava para ver em casa. Mas o VHS morreu faz tempo e o cinema continua firme e forte.

5 – A chegada do DVD parecia ser mais um ataque certeiro. Agora, a imagem realmente parecia “de cinema”. Para que enfrentar filas e ter dificuldade para encontrar vaga no estacionamento? A indústria logo reagiu, investiu no 3D (hoje em desuso) e as filas continuaram a crescer.

6 – Hoje o vilão apontado pelos alarmistas é a Netflix. A provedora global de filmes e séries de televisão via streaming aumenta sempre seu público e já anunciou que o intervalo entre a exibição nas salas de cinema e nas redes vai baixar. Será o golpe fatal?

 

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