O melhor do samba-enredo

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Desfile no Rio de Janeiro

Hoje os sambas cariocas são cada vez mais agitados, parecendo marchas, e poucos ficam na memória. Mas alguns que a gente não se esquece.

 

1 – AQUARELA BRASILEIRA – Império Serrano

O autor, Silas de Oliveira, é considerado o maior compositor de samba-enredo Este já teve várias gravações, e aqui destaco a recente de Zeca Pagodinho. É uma homenagem a Ary Barroso e sua louvação ao Brasil. A escola era tida como favorita, mas algo incrível aconteceu: Ary morreu a 9 de fevereiro de 1964, domingo de carnaval, dia do desfile. O Império desfilou desanimado…

2 – KIZOMBA, FESTA DA RAÇA – Vila Isabel

A escola fez um desfile memorável em 1988, marcado pelo centenário da abolição da escravatura. O enredo destacou a força da raça negra e, mais que o trabalho do carnavalesco, mostrou a liderança de Martinho da Vila, que não é o autor do samba, mas fez dele um dos maiores destaques de seu repertório. Foi o primeiro título da azul e branca, que entrou em ascensão depois disso.

3 – É HOJE – União da Ilha

A escola destacou no seu enredo de 1982 o próprio desfile de carnaval, no dia em que “a tristeza nem pode pensar em chegar”. Não foi campeã (o que não aconteceu até hoje), mas o samba de Didi e Mestrinho chamou a atenção de Caetano Veloso, que o incluiu em seu disco do ano seguinte. É perfeito ao mostrar a personalidade da escola, sempre vista como animada e irreverente.

4 – DAS MARAVILHAS DO MAR FEZ-SE O ESPLENDOR DE UMA NOITE – Portela

Até a mangueirense Maria Bethânia (que foi enredo e garantiu mais um título para a verde-e-rosa) se encantou com esse samba que foi um desfile mais empolgantes da Portela. Ela o incluiu no espetáculo Dentro Do Mar Tem Rio, e era o encerramento. A azul e branco não foi campeã naquele ano (1981), o título ficou para a Imperatriz, mas o samba é lembrado até hoje.

5 – PEGUEI UM ITA NO NORTE – Salgueiro

“Explode coração na maior felicidade!” O samba da vermelho e branco, que foi campeã em 1993, talvez seja um dos últimos que foi cantado pelo Brasil inteiro, mesmo após o desfile. Conta a história que um dos autores apenas criou o refrão, que tentava há tempos convencer compositores a encaixá-lo em um samba. Deu mais do que certo e explodiu na Marquês de Sapucaí.

6 – SONHAR COM REI DÁ LEÃO – Beija-Flor

A escola de Nilópolis foi campeã pela primeira vez em 1976. O que foi um feito e tanto, já que os títulos eram monopolizados pelas então “quatro grandes” (Mangueira, Portela, Salgueiro e Império). E o enredo falou de algo próximo ao samba: o jogo de bicho. A frase “sonhar com rapaz todo enfeitado, veja só o resultado, é pavão ou é veado!” daria polêmica hoje em dia.

7 – CAYMMI MOSTRA AO MUNDO O QUE A BAHIA E A MANGUEIRA TÊM – Mangueira

“Tem xinxim e acarajé/ Tamborim e samba no pé!” O refrão do samba da verde-e-rosa tomou conta do Brasil em 1986, tempo em que os sambas das escolas eram conhecidos e faziam sucesso. Foi um desfile campeão da Mangueira, que nos anos 80 estava em fase de alto-astral. A voz inesquecível de Jamelão, que detestava ser chamado de “puxador”, comandou a vitória.

8 – SONHAR NÃO CUSTA NADA… OU QUASE NADA – Mocidade

A verde e branco de Padre Miguel dominava os títulos no começo dos anos 90 e conseguiu o bicampeonato em 1991. O enredo, claro, falava sobre a importância de sonhar. “Deixe a sua mente vagar, não custa nada sonhar, viajar no infinito”, destacava a letra do samba, que foi grande sucesso. A versão de Selma Reis, injustamente esquecida, merece ser relembrada.

9 – LIBERDADE LIBERDADE ABRE AS ASAS SOBRE NÓS – Imperatriz

A escola de Ramos chegou ao campeonato em 1989, desbancando o desfile ousado da Beija-Flor, com os mendigos. O samba foi até tema de abertura de uma novela da Globo, Lado a Lado. O enredo falava sobre o centenário da proclamação da república. Dudu Nobre o inclui no disco em que destaca os mais belos sambas-enredo de todos os tempos. Com justiça.

10 – O TI-TI-TI DO SAPOTI – Estácio de Sá

“Que ti-ti-ti-ti é esse que vem da Sapucaí? Tá que tá danado, tá cheirando a sapoti!” Todo mundo cantou esse samba que a escola apresentou em 1987. Mesmo não levando o campeonato, ganhou em simpatia e popularidade. O tema era a fruta que era utilizada até no chiclete. Dominguinhos do Estácio, que depois foi para a Imperatriz, se consagrou com essa interpretação.

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