As estatísticas de trânsito: multas já em 1954

Um dos números mais surpreendentes, capaz de mostrar a rápida alteração dos hábitos e necessidades urbanas de Piracicaba, é o que se refere a quantidade de veículos existentes na cidade, ao longo das décadas.

Os dados mais antigos, assinados por delegados de polícia e arquivados junto ao acervo do DEOPSSP, indicam, por exemplo, que, em 1946, Piracicaba contava 680 veículos e mais 310 carroças. Em 1948, mapeamento mais detalhado informa que eram 561 automóveis, 638 caminhões, 531 carroças, 3 ônibus e 6 motocicletas. Vale lembrar que a população, em 1940, segundo o IBGE, era de 25.374 habitantes.

Já em 1954, a Circunscrição de Trânsito, ligada a Delegacia Regional de Piracicaba, registrou que, apenas no primeiro semestre, foram licenciados 3.193 novos veículos. A maioria eram bicicletas, que chegaram a 1.315, enquanto os caminhões foram 972 e os carros particulares 735, havendo ainda 26 motocicletas, 38 ônibus, 102 veículos de aluguel. Não deixa de ser curioso recuperar, também, o movimento de multas. Elas chegaram quase que ao mesmo patamar do número de novos veículos: segundo o relato, foram aplicadas e cobradas, 2.674.

Ainda na década de 60, o crescimento do número de veículos, proporcionalmente à população, não será tão grande. Em 1967, a indicação é de 7.417 veículos para uma população que se aproxima dos 140 mil habitantes. Uma época em que já não se mencionam, entretanto, as carroças ou bicicletas nas estatísticas oficiais, apenas os automóveis particulares, caminhões, camionetes, veículos de auto-escolas e, surpreendente, naquele ano, a existência de 382 carros oficiais no município.

A explosão acontecerá a partir da década de 70. Segundo a Ciretran, foram 25.031 veículos licenciados em 1975, 48.646 em 1980, 96.555 em 1996.

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