A boa semente no solo brasileiro
As reconhecidas vantagens comparativas do Brasil, como disponibilidade de terra, oferta de água e clima favorável não isentam o país do desafio de obter a necessária vantagem competitiva, sustentada nas inovações tecnológicas. Este salto estratégico começou a se tornar viável a partir de dois momentos históricos.
O primeiro marco foi uma iniciativa ousada, lançada em 1934: a criação daquele que se tornaria um dos mais conceituados complexos de ensino e pesquisa acadêmica do mundo, a Universidade de São Paulo, USP. Implantada na capital paulista, ao longo das décadas seguintes a qualidade em ensino se estendeu em dezenas de faculdades, por todo o Estado. Esses primorosos centros de excelência se tornaram referência não apenas em todo o Brasil, mas junto à comunidade acadêmica mundial.
O outro momento fundamental foi em 1934: a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Esalq, criada em 1901, em Piracicaba, passou a integrar, como unidade fundadora, a Universidade de São Paulo. Assim, USP e ESALQ constituíram-se sementes depositadas em solo fértil e cultivadas, ao longo destes 75 anos, com competência e carinho pelos seus dirigentes, professores, servidores e estudantes de graduação e pós-graduação.
Todos os que tiveram o privilégio de viver parte de suas vidas na ESALQ/USP mantém esta marca, que se fortalece a cada jornada, cada ano letivo. Participar de uma celebração da Semana Luiz de Queiroz, com a sessão solene no salão nobre, nos sábados pela manhã, e no “churrasco das turmas”, no Ginásio dos Esportes, é algo inesquecível.
É um sentimento que deve ser compartilhado com as outras universidades e escolas. O exemplo da tradição da ESALQ/USP contribui para a valorização da educação, da ciência e da tecnologia – fatores essenciais para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Brasil.
José Otávio Machado Menten
Engenheiro Agrônomo e Diretor Executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef)