USP 75 anos: um Jubileu de olhos no futuro

A Universidade de São Paulo completará 75 anos de existência em 25 de janeiro de 2009. Neste momento é importante lembrar seus feitos e conquistas cientificas, acadêmicas e culturais ao longo deste trajeto de vida. No ranking das melhores Universidades a USP hoje se situa entre as 100 melhores universidades do mundo e a 1ª na América Latina, detentora de cerca de 30% da produção científica nacional e responsável pela formação de 23% dos doutores que recebem seu grau e que se espalham pelo Brasil no ensino de universidades públicas e privadas e num sem-número de institutos de pesquisa oficiais ou não em seus departamentos de pesquisa e desenvolvimento (P & D), ciência e tecnologia (C &T).

Em 1901, o Governo do Estado de São Paulo inaugurou a Escola Agrícola Prática de Piracicaba, vinculada à Secretária de Agricultura. Em 1931, a Escola recebeu a denominação de Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Em 1934, a ESALQ, com grande honra, passou a integrar a Universidade de São Paulo. A primeira reunião do Conselho Universitário da USP, realizada em 17 de fevereiro de 1934, foi secretariada pelo Prof. Salvador de Toledo Pizza Júnior, na época, o conselheiro mais jovem, tendo participado também dessa reunião histórica, os Professores Theodureto de Almeida Camargo e José de Mello Moraes, então Diretor da ESALQ.

A ESALQ se orgulha de fazer parte da primeira Universidade Pública criada em solo paulista e se sente envaidecida de ter sido a única e primeira unidade de ensino do interior a compor a elite de faculdades que deram origem à USP. Mais envaidecida se sente por ter sido convidada pela Reitoria, juntamente com as sete faculdades da capital (Escola Politécnica, Faculdade de Direito, Faculdade de Medicina, Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Odontologia, Faculdade de Medicina Veterinária e Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas) incorporadas à USP em sua criação, a comporem a Comissão de Honra da programação das comemorações dos 75 anos da Universidade de São Paulo.

Esta Comissão estabeleceu como prioridade um tripé para nortear a lembrança do Jubileu de Diamante: visibilidade, contribuições para o futuro e reconhecimento às pessoas que, de alguma forma, engrandeceram e enalteceram a USP. Nada mais justo do que mostrar à sociedade paulista (que nos mantém) e brasileira a contribuição do erário público no desenvolvimento da ciência e tecnologia, da pesquisa e desenvolvimento espalhados para todas as comunidades do País, e por que não referenciar, também, a internacional, através dos inúmeros convênios com instituições renomadas e respeitadas na investigação científica e no ensino universal, além da disseminação da cultura e extensão universitária. Dar visibilidade a seus feitos e conquistas é fundamental neste momento, pois temos que prestar contas à sociedade, bem como dar registro e reconhecimento aos seus filhos que, no anonimato de suas pesquisas no campo, nos laboratórios, nas salas de aulas, no desenvolvimento de suas atividades nas organizações públicas e privadas colaboraram para o desenvolvimento socioeconômico, científico e intelectual do Brasil.

O terceiro componente do tripé quer mostrar que a universidade continua viva e não quer viver da fama das glórias do passado. Enquanto todos os campi estão, desde setembro de 2008, reverenciando os 75 anos da USP, uma gama de renomados pesquisadores e professores da USP envolvidos na Comissão de Planejamento está, através da coleta e reunião de suas expectativas e sensações sobre o futuro e via visibilidade em workshops, estudando e pesquisando com afinco as contribuições que a USP projeta para os próximos 25 anos. É a agenda “Planejando o futuro: USP 2034”.

Dividido em módulos que se interagem e que se inserem com as políticas públicas e inserção social, o planejamento estratégico da USP 2034 vem delineando o modelo de universidade que se almeja para a USP, seu engajamento institucional e autonomia universitária, internacionalização, formação acadêmica do futuro com novos modelos e tecnologias, o futuro da pós-graduação, a comunicação com a sociedade e relações com o governo e inclusão social. Outros temas estão nessa agenda que procurará cada vez mais se aproximar, engajada e parceira da sociedade, na solução de seus problemas.

O grande desafio da Universidade de classe internacional é formar recursos humanos com padrão de excelência em todas as áreas do conhecimento, dotando-os de cultura, ciência e tecnologia.

Assim caminha a USP em busca da excelência na consolidação de sua posição entre as melhores universidades mundiais e a primeira na América Latina, como reconhecimento à confiança e credibilidade depositadas pela sociedade paulista, e ampliando a sua liderança acadêmica nos cenários nacional e internacional rumo ao desenvolvimento sustentável do País.

Quem viver, verá.

Prof. Antonio Roque Dechen
Diretor ESALQ

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