João Tino Furlani

Engenhoso como o seu genitor, não fez senão o primário. Dentro da oficina por mais de 40 anos, continuou fora dela como técnico em geladeiras.

Em 1930, um homem do exterior montou um Presépio Mecânico, em uma das frentes da “Oficina Vesúvio”. Para a época era uma exposição deslumbrante. A gente adquiria o ingresso e via nas montagens centenas de figuras, animais, árvores em movimentos constantes.

João Tino Furlani, habilidoso bastante, pensou e executou o seu. Só que toda a motivação era caipiracicabana. Na sua exposição estavam: a ESALQ completa à época; o Salto do rio Piracicaba, a Igreja da Matriz de Santo Antônio, o Jardim Central, a Rua da Boa Morte com o bonde etc. Tudo animado mecanicamente.

Com vários metros de aspectos de nossa cidade, propriamente uma redução, ele levou o seu parque às grandes cidades. No Rio de Janeiro, então a capital da República. Os jornais cariocas estamparam fontes de notícias. O mais espantoso foi que quatro membros da Academia Brasileira de Letras compareceram ao seu evento e escreveram crônicas sobre o mesmo. Foram eles: Humberto de Campos, Austregesilo de Athayde, Medeiros e Albuquerque e Viriato Corrêa.

Em 1964, quando escrevi a primeira vez sobre o Tino, compulsei todos os recortes, que se aglomeravam desordenadamente.

Foi entre eles que deparei a sua estada na Argentina, por mais de um ano, oferecendo ao povo de sua capital os aspectos de Piracicaba.

Forante Thales Castanho de Andrade (“Saudade”, 1919), ninguém mais que o Tino a tenha divulgado na primeira trintena de anos deste século.

Àqueles recortes, dei-lhes classificação e sistematização, transformando-os em uma preciosa hemeroteca, ainda, em suas preciosas mãos.

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