100 anos da Estação da Paulista

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Estação Paulista de Piracicaba, 1925. (foto: acervo Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba – IHGP)

Às vésperas de comemorar seu centenário, em 29 de julho de 2022, a Estação da Paulista é um dos grandes símbolos da formação histórica da cidade de Piracicaba. Primeiro pelo seu pioneirismo entre os municípios da região e sua ligação com São Paulo.

De acordo com o Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba (IHGP), o ramal de Piracicaba foi idealizado desde o fim de século 19, para ligar Limeira a Piracicaba. Mas só começou a ser construído em 1916 pela Cia. Paulista, saindo de Recanto, uma pequena estação logo após Nova Odessa. Em 1917 chegou a Santa Bárbara para se prolongar, só em 1922, até Piracicaba. O ramal tinha bitola larga e não se ligava com o ramal do mesmo nome, da Sorocabana, cruzando-se na entrada da cidade em desnível.

Ainda segundo o IHGP, a estação de Piracicaba Paulista foi construída em terreno doado por João Baptista da Rocha Conceição, dono da fazenda Algodoal, que também doou o terreno para a construção do Matadouro Municipal, no Algodoal, onde hoje está a sede da Empresa Municipal de Habitação de Piracicaba (Emdhap). O nome da estação tinha a terminação “Paulista” justamente para diferenciá-la da estação da Sorocabana, situada no centro da cidade, onde hoje fica o Terminal Central de Integração (TCI).

No aspecto do transporte de passageiros, trouxe e levou milhares de pessoas a nossa cidade para passeios e negócios. Trouxe e levou sonhos. Fez história quando levou jovens piracicabanos para o front da Revolução Constitucionalista de 1932.

No aspecto econômico, foi uma das grandes responsáveis pelo transporte de centenas de milhares de sacos de açúcar produzidos no nosso Engenho Central – base igualmente histórica para a formação da economia e das riquezas que emergiram do nosso solo, revelando a capacidade empreendedora do empresariado piracicabano e dos seus trabalhadores.

Nos últimos anos, contudo, o Parque da Estação da Paulista transformou-se num desafio moderno para a renovação das energias humanas. Com suas caminhadas diárias, moradores do entorno do centro e da Paulista, entre outros, recarregam suas baterias vitais em milhares de voltas dadas por lá.

Os antigos armazéns – onde eram guardados sacas de açúcar e outros bens produzidos na cidade e exportados para a capital e para o exterior -, passaram a abrigar 500 crianças e jovens participantes do Projeto Guri, mantido pelo Governo do Estado de São Paulo, em parceria com a Prefeitura, para a iniciação na formação musical dos nossos jovens.

Além disso, o espaço tem sido reservado a apresentações culturais de várias tendências, abrigando reuniões comunitárias ou empresariais, cumprindo igualmente sua função didática, cultural e de acolhimento.

Vale destacar ainda nossas parcerias com a Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente  (Sedema) e Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads), que ajudam a manter limpos e bem cuidados os nossos espaços e mantêm o núcleo de apoio a grupos da Terceira Idade, respectivamente.

Iniciamos em janeiro de 2022 uma articulação interna com a Secretaria Municipal da Ação Cultural (Semac), que visa elaborar programação condigna destes 100 anos, a serem comemorados como forma de gratidão a este espaço que já faz parte da nossa história.

A sua revitalização física, com reformas e pinturas, já está sendo planejada pela Secretaria Municipal de Obras (Semob), cabendo à Semac a programação cultural. Vinte e nove de junho está logo ali.

*José Antonio Pereira Franco é diretor da Estação da Paulista

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