ContraPonto: Reflexões

Os textos de diferentes autores publicados nesta seção não traduzem, necessariamente, a opinião do site. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

Uma pessoa, ao indignar-se por este colunista não fazer parte de rede social alguma, não ter WhatsApp, não participar de nenhum grupo social eletrônico, questionou: em que mundo  você vive? A resposta foi: só fisicamente, neste; e por enquanto.

Sem abordar os aspectos de “hackeamento” de dados dos cidadãos e manipulações subliminares que as mídias sociais ensejam, como fazer parte de um mundo – se é que este planeta é o único lugar que um ser vivente pode chamar de mundo (o seu mundo) – onde o estado primitivo do egoísmo e de guerra ainda permanece enraizado em sua parte mais íntima ou fundamental?. Como fazer  parte de um mundo onde crianças choram sobre o corpo ensanguentado dos pais mortos  pela guerra em pleno campo de batalha?; de um mundo onde os poderosos, cegos pela volúpia do ter, viram as costas para os de condição mais humilde alegando que  cada um deve fazer-se por si? (Como se todos nascessem com as mesmas condições e tivessem as mesmas oportunidades – exceções à parte, claro).

Fica cada vez mais difícil participar de um mudo onde as injustiças permeiam a todos, sob olhares omissos e covardes do cidadão totalmente manipulado pelo poder midiático – em especial pela televisão e  pelas centrais de boatos da internet. Fazer parte de um mundo onde o sistema é preparado para explorar, escravizar, matar, corromper, iludir, ludibriar, manipular e transformar o homem comum em meros robôs de carne e osso a serviço deles e  escravizados pelo medo do desemprego, da doença  e da morte não parece ser o caminho que fará deste planeta um lugar melhor para se viver .

Ao contrário do cantor e compositor Sílvio Brito que em uma de suas canções brada “pare o mundo que eu quero descer”, acreditamos que o trabalho é resistir aos tempos difíceis e ruins; resistir aos “doces” brinquedinhos eletrônicos que são verdadeiras máquinas de espionagem e manipulação subliminar. E a resistência, agora, não é mais somente física: é pela mente; pelo desmascaramento dos enganadores; e pelo exemplo de enfrentamento e coragem.

MAIS REFLEXÕES: AECIN E AS TARJAS PRETAS

A tarja preta em partes dos textos dos conteúdos de delação da Lava jato envolvendo o nome de Aécio Neves Cunha, considerado um dos maiores semeadores de ódio do Brasil (ao lado de João Dória Jr, o Trump brasileiro) é algo para também se refletir. A sociedade deve exigir que a verdade venha à tona e que a sociedade brasileira não fique à mercê de grupos de poder político que se perpetuam no poder e se posam de benfeitores e defensores do povo (quando na verdade parecem ser tão sujos – ou mais- do que os adversários que acusam).

O pedido do PSDB e a autorização pelo magistrado de omitir referências ao senador mineiro em textos do conteúdo de delação  da Lava Jato por vários delatores cheira coisa errada e podre. E parece perpetuar a tese de que no Brasil só “pobre, preto, prostituta e petista” vão presos. Parece que a elite política brasileira e detentores de privilégios sem fim acreditam na impunidade [deles].

REFLEXÕES SOBRE A PREVIDÊNCIA

Para a Ordem dos Advogados do Brasil e outras dezenas de entidades, a proposta de Reforma da Previdência (PEC 287/2016), está fundamentada em premissas equivocadas, contem inúmeros abusos contra os direitos sociais, e tem sido apresentada pelo governo sob discurso de catástrofe financeira e “déficit”, que não existem. Evidencia-se grave descumprimento aos artigos 194 e 195 da Constituição Federal, que insere a Previdência no sistema de Seguridade Social juntamente com as áreas da Saúde e Assistência Social, sistema que tem sido, ao longo dos anos, altamente superavitário em dezenas de bilhões de reais.

Tais recursos são retirados da Seguridade Social e destinados para outros fins, especialmente para o pagamento de juros da dívida pública, que nunca foi auditada, como manda a Constituição.

Diante disso, antes de pressionar pela aprovação da PEC 287/2016, utilizando-se de onerosa campanha de mídia para levar informações questionáveis à população, exige-se que o Governo Federal divulgue com ampla transparência as receitas da Seguridade Social, computando todas as fontes de financiamento previstas no artigo 195 da Constituição Federal, mostrando ainda o impacto anual da DRU, as renúncias fiscais que têm sido concedidas, a desoneração da folha de salários e os créditos tributários previdenciários que não estão sendo cobrados.

A proposta de reforma apresentada pelo governo desfigura o sistema da previdência social conquistado ao longo dos anos e dificulta o acesso a aposentadoria e demais benefícios à população brasileira que contribuiu durante toda a sua vida. Dentre os abusos previstos na PEC 287/2016, as entidades signatárias destacam os seguintes: exigência de idade mínima para aposentadoria a partir dos 65 (sessenta e cinco) anos para homens e mulheres;   49 (quarenta e nove) anos de tempo de contribuição para ter acesso à aposentadoria integral; redução do valor geral das aposentadorias; precarização da aposentadoria do trabalhador rural; elevação da idade para o recebimento do benefício assistencial (LOAS) para 70 anos de idade; regras inalcançáveis para a aposentadoria dos trabalhadores expostos a agentes insalubres; fim da aposentadoria dos professores, dentre outras. Falou a OAB.

***

FORA TEMER

Enquanto cresce, País afora, o grito de “Fora Temer”, continua proibida a entrada de pessoas nos estádios de futebol portando cartazes a pedir o fim do ilegítimo governo PMDB-PSDB.(Ah, se fosse contra o PT!). Nesta quarta-feira, entretanto, numa partida de futebol pela Copa do Brasil em natal (RN), chamou a atenção uma faixa com os dizeres “Lugar de mulher é onde ela quiser”, numa resposta à  fala de Michel Temer no dia internacional da mulher, onde insinuara que lugar de mulher é no lar (cremos que, no fundo, quis dizer na cozinha).

***

OUTRAS REFLEXÕES

“Não havendo Justiça, o que são os governos senão um bando de ladrões?” (Agostinho de Hipona – filósofo e padre católico) (354/430).

“Sem justiça, uma associação de homens unidos pela lei não tem como progredir”. (Idem)

“Se maus ministros desfrutam de segurança e lucros, então é o começo do fim”.(Han Fei Tzu – filósofo e pensador chinês) (280-233 a.C)

***

FRASE DE HOJE: “Tudo que possuís será um dia dado. Dai agora, portanto, para que a época da dádiva seja vossa e não de vossos herdeiros”. (Gibran Khalil Gibran, “A dádiva”, do livro O profeta)

 

 

 

Deixe uma resposta