Justiça, Enchentes e Indústrias
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Se juntássemos salários de juízes, desembargadores, etc. com a soma talvez pudéssemos resgatar milhares de famílias da miséria, uma das principais causas da violência, geradora maior das demandas da Justiça. Muito dinheiro público é gasto nos processos contra políticos e pessoas de projeção. Sei que serão condenados. Acontece que naquele dia estarão já caducos, e o tempo que deveriam ter passado reparando dolos, curtiram em liberdade. Quanto já custou para nós a ‘condenação’ do Maluf? Os processos dos mensalões, que se arrastam há anos não acabarão mais caros que os desvios? E se houver condenação começará outra história de regalias à custa do contribuinte, que banca um Judiciário oneroso, eficiente quando não há dinheiro para pagar quem procure nas leis as brechas que a elite deixou para se safar. “É impressionante o número de pessoas que ficam presas por mais tempo do que deveriam apenas porque são pobres e não podem contratar um advogado”. (Alexandra Lechelson Szafir – Livro Descasos). Se o Poder Judiciário fosse tão eficiente em condenar grandes – cujos crimes afetam multidões e gerações – como é para punir quem já nasce punido: pobres, nóias, doentes mentais e marginalizados sociais que lotam as cadeias e cujos crimes não afetam mais que algumas pessoas, o Judiciário seria um poder de verdade. Levantamento feito pela Folha mostra que ao menos 56 pessoas foram presas injustamente desde 1994. “A maioria dos presos neste país é pobre e tem nome simples, como Souza, Silva. E a polícia não verifica direito. Simplesmente prende”. Martim de Almeida Sampaio. Diretor da comissão de Direitos Humanos da OAB-SP. Folha 24. 11.13.
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Há alguns anos não passavam de uma dúzia. Agora, li na imprensa que Piracicaba tem 58 pontos que podem alagar. Devem ser mais porque não constam na lista lugares que já vi debaixo d’água. No ritmo em que se encontra a ocupação do solo urbano, daqui alguns anos as partes baixas da cidade ficarão submersas. Como enchente existe onde é mal feito ou não há planejamento, pergunto à administração pública se estamos à mercê da ganância do mercado imobiliário? Afinal, os senhores estão fazendo cidade ou arapucas? Os moradores de áreas alagadiças precisam se organizar. Quem aprovou e quem comercializou loteamentos em área de risco tem que responder pessoalmente pelos transtornos que causou e ressarcir prejuízos. Não venham com esse papo de plano de evacuação e nem de ligar para a Defesa Civil, que não faz além de carregar mudanças, que vão se desfazendo a cada enchente. O cidadão quer é saber o que faz a administração para que cada vez menos tenhamos pontos sujeitos a enchentes.
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Políticos, empresários, administração municipal e cidadãos defendem vinda de mais indústrias à cidade a fim de gerar mais empregos, mais impostos e toda aquela baboseira de sempre. Não sei quem pôs na cabeça dessa gente que indústria implica progresso. Ademais, não perceberam ainda que Piracicaba vive apagão de mão de obra. Gente chegando e a cidade não dá conta de oferecer moradia condizente com o salário, escolas, atendimento médico, transporte, lazer, segurança, e etc. Os recursos que poderiam dar ao piracicabano uma cidade com melhor qualidade vão para infraestrutura a fim de acomodar quem vem. Teremos assim, uma cidade sempre apagando incêndios, cada vez mais cinza, quente, triste, violenta, individualista; um lugar para ganhar dinheiro, mas ruim para viver. Por que tem que ser tudo aqui? Para não repartir dividendos eleitorais? Se houvesse planejamento de fato, governo do Estado mais os toscos políticos que estas plagas infestam deveriam disponibilizar condições para que firmas se instalem em regiões mais pobres, evitando assim deslocamentos que desmantelam famílias e desqualificam cidades.