O universo do 12 de outubro

12 de outubroPara mim, é-me quase impossível esquecer-me do Geraldo Nunes num dia 12 de outubro. Costumo dizer ser, a data, como que uma exclusividade do Geraldo. Pelo menos, assim era na redação do velho O DIÁRIO. Pois, alguns dias antes, o Geraldo tomava posse da pauta de reportagens e não abria mão: “O dia 12 é meu.” E ele sabia de cor e salteado o que escrever sobre o que se comemorava, em Piracicaba, no 12 de Outubro: descoberta da América, Nossa Senhora Aparecida, Dia das Crianças, aniversário da Rádio Difusora, do C.C.R Cristóvão Colombo e, ainda, da extinta Escola de Comércio também Cristóvão Colombo, do professor Zanin e uma das pioneiras no Estado de São Paulo.

Há, pois, festa no ar. Em todo o Brasil. E, em Piracicaba, as comemorações são cada vez mais dinâmicas. Quando escrevi a história do CCR Cristóvão Colombo, consegui apreender a paixão que os associados “colombinos” têm pelo seu clube, algo enraigado, como se cada qual se sentisse verdadeiramente condômino daquela agremiação cultural e recreativa. É uma história fascinante, como foi a da Escola do Comércio. E como fascinante é a história da Rádio Difusora, que hoje completa 75 anos.

Quantos piracicabanos saberiam avaliar o que significa, para uma cidade, ter uma rádio-emissora com 75 anos? A Difusora – que nasceu com o nome de Rádio Clube e, depois, se tornou PRD-6 – foi uma das primeiras rádio do interior paulista, numa época em que São Paulo contava apenas quatro ou cinco emissoras na capital, a Excelsior, a Difusora, a São Paulo e a Record. Aqui, havia um serviço de alto-falante que espalhava informações pelo ar, na praça principal. Foi quando Sampaio Góes decidiu montar a sua Rádio Clube, que tinha assinantes para receber as “ondas sonoras”. No longínquo 1937, Piracicaba já tinha a sua rádio, precária mas valente. Em 1945, mudava-se tudo e surgia a Difusora que, adquirida por Aristides e Maria Conceição Figueiredo, se transformou na grande emissora reveladora de tantos valores. Depois, com José Roberto Soave, agora com Maria Conceição Soave, sua viúva e filhas, a rádio se desenvolveu, expandiu-se e chega renovada aos 75 anos.

Não há como deixar de lembrar de personalidades notáveis como Francisco da Silva Caldeira, Carlos Cantarelli, Garcia Neto, Ari Pedroso, Cacilda Cavaggioni, Rogério Chiarinelli, Belisário Neto que se tornou Leo Batista, tantos e tantos que não caberiam numa simples croniqueta escrita ao galope da memória. Hoje, Geraldo Nunes haveria de deliciar-se em contar toda essa história, o que deve estar fazendo em algum lugar do espaço, entre anjos ou entre entidades humanas, demasiadamente humanas, o que seria mais interessante. Bom dia.

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