Que pena!

TSE-urna-FIM2Desejei, ardentemente, que Dilma vencesse as eleições neste primeiro turno. Não apenas ela, mas candidatos a governador em todos os estados. Não me importou saber quais eram eles, se havia ou não propostas de governo. Simplesmente, desejei que as campanhas eleitorais terminassem. Que fossem tragadas pelo abismo do tempo. Mas que este não as regurgitasse.

​Já admiti não ter assistido a nenhum dos chamados debates eleitorais, nem a quaisquer programas políticos. Neguei-me a fazê-lo por simples questão terapêutica, de preservação da saúde mental, física e psicológica. A grande farsa chegou a tal ponto de absurdo e de desfaçatez que não entendo os que ainda se preocupam em participar dela. Ou de, em nome dela, falar em democracia. O simples ato de votar não implica existência de democracia. Na antiga União Soviética, votava-se. Em Cuba, vota-se.

​Não vi, mas li. E tive enjôos repetidos. Por que eu sempre considerei meu dever profissional e de cidadão ler os mais diversos veículos de comunicação impressa, jornais e revistas. Inclusive “Veja”, olhem só! Tive vergonha de quase todos, como jornalista ainda na ativa. A farsa, a manipulação de notícias e de informações, as distorções propositais ofendiam-me a minha pouca inteligência. E angustiei-me ao pensar em tantos que, com boa fé ou ingenuidade, acreditam no que lêem. Há uma doutrinação cartelizada. E, com isso, mantenho o meu respeito pelo vetusto, conservador e coerente “O Estado de São Paulo”. O velho “Estadão” mantém a sua linha, mas proclama-a abertamente. Deve-se ler o “Estadão”, penso eu, até mesmo para pensar o contrário dele. Pelo menos, faço, eu, assim. E tem dado certo.

​Desejei, pois, tudo acabasse no primeiro turno. Para que a tragicomédia tivesse apenas um ato. Para que tivéssemos um pouco de paz, uma pausa para evitar o bombardeio de mentiras, de engodos, de exercício regiamente remunerado dos marqueteiros. Candidatos e sabonetes são vestidos com as mesmas roupagens.

​Infelizmente, meus desejos não se realizaram. Os céus andam descontentes conosco. E, por isso, castigam-nos. Sim, deve ser castigo por nossa estupidez, pela insistência em nunca querermos aprender. Pena que os inocentes continuam pagando pelos pecadores. Mas que se há de fazer?

Ah! quase me esqueci de dizer: não fui votar. Ninguém mais haverá de fazer-me de palhaço. Bom dia.

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