Robôs com medo

picture (17)Ora, mais do que passou da hora de parar, de uma reflexão coletiva, certamente de um retorno, que não significa retrocesso. As pessoas estão e são infelizes, vivendo de amarguras. E isso não é viver. Corremos demais, atropelando-nos uns aos outros sem saber para onde vamos nessa correria toda. Nos Estados Unidos, há algum tempo, uma pesquisa mostrou para onde eles caminhavam, antes da hecatombe financeira. Pois com esse nosso novo totem, o da tecnologia, com os tais milagres da ciência a cabeça e a alma das pessoas confundiram-se: nos Estados Unidos, uma pesquisa revelou que 55% da população tinham medo dos aparelhos eletrônicos, da informática, de computadores, de aparelhos domésticos, medo de botões.

Talvez, seja, ainda, a explosão nuclear que permanece viva no inconsciente coletivo, a bomba maldita capaz de levar tudo pelos ares ao toqu de um simples botão. Os povos de todo o mundo têm sensibilidade suficiente para intuir que, em mãos de poucos, tal avanço tecnológico pode ser mortal. É uma nova forma de escravidão, aparentemente branda, mas terrível. Se a maioria dos estadunidense têm medo da tecnologia, há, então, algo profundamente errado em tudo isso. E eu, na minha mediocridade, arrisco-me a um palpite : os povos já percebem que estamos arriscados a perder a alma, que estamos sendo raptados em nosso espírito.

Ora, as coisas tornaram-se frias, rígidas e pragmáticas demais, embotando sentimentos e emoções. E o que é o ser humano sem eles, sentimentos e emoções? A pergunta é sempre a mesma: a tecnologia está a serviço do homem ou o homem a serviço dela, o mesmo que ainda se pergunta à economia. Se não se encontrar a síntese, chegaremos à conclusão de haver necessidade de um governo internacional, conforme já se está insinuando em relação às comunidades financeiras internacionais. E, agora, não se trata mais de acreditar que dominará o mundo quem tiver o controle e o domínio da bomba atômica. O domínio e o controle da informática serão ainda piores. Bombas destroem e matam corpos. A informática pode destruir espíritos.

Quem tiver o controle da informação terá o controle do mundo. Por isso, os seres ainda pensantes e com alguma influência precisam urgentemente, lutar por um retorno à busca da capacidade de refletir, de pensar e , então, encontrar uma opção de vida. Como pretendemos continuar vivendo? Como autômatos, como robôs ou como pessoas humanas? Não apenas minha intuição, mas a já longa jornada, me diz que estamos preparados para assistir a um novo movimento mundial, semelhante ao dos hippies dos 1960. De alguma outra forma, mas com aquele espírito de despojamento e tam bem de protesto. O mundo não agüenta mais. Quando o excesso transborda, dá-se o retorno à frugalidade. Após a grande ressaca, vem o jejum. Bom dia.

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