“Enganem-me que eu gosto”.

Já me perguntei, mil vezes, o que ando fazendo por aqui. E não encontro resposta alguma. Pistas, no entanto, tenho-as no coração, na alma. Mas teimo em buscá-las na razão. O conflito é dilacerante. Vivo-o e enfrento-o. Este jornal eletrônico é testemunho disso. Quem puder, quem quiser ou quem tiver capacidade de entendê-lo, entenda-o.

Ora, não acredito tenha, o governador Cláudio Lembo, o desplante ou a ousadia de vir a Piracicaba para inaugurar essa pérfida unidade da Febem. Seria, se ele o fizesse, um equívoco crucial. E Cláudio Lembo não é homem de equívocos cruciais. Geraldo Alckmin é, é-o. Nem ACM Thame tem equívocos cruciais. Mas Roberto Moraes tem. E, especialmente, Barjas Negri tem e vive equívocos cruciais. Em Barjas, Piracicaba tem vivido equívocos cruciais. E respondo pelo que escrevo.

Piracicaba vive equívocos, conforta-se em tê-los, na perplexidade dos medos de tomar posições, de exigir, de cobrar, de ter coragem. De uma certa maneira, acho que a ONG 2010 é um testemunho de tudo isso, dessa perplexidade, desse desejo de ser sem ter a coragem de lutar para viver o que se deseja. Não sei se o João Maranha se lembra, mas eu lhe disse isso quando se inaugurou a trágica “nova Rua do Porto”. Pensei tivesse sido uma redenção, uma esperança. Era um engodo. Foi. Piracicaba filosofa e não age. O “2010” é exemplo disso. Brinca-se de fazer.

Enfim: a Febem chegou. Barjas Negri – como bichinho dócil – atendeu o ex-Governador Geraldo Alckmin, deu-lhe satisfações, serviu-o. E permitiu a Febem viesse a Piracicaba. Barjas Negri serve, é um serviçal, sempre foi. Desde o início dos anos 1970. E Roberto Moraes, também. E ACM Thame, serviçal de si mesmo, personalidade complicada, incapaz de solidariedade coletiva. Piracicaba não tem lideranças. Tem egoístas, ególatras. E fica à deriva. Está.

Ora, será meia verdade ou simples mentira dizer que Piracicaba está nas lutas e ousadias da iniciativa privada, de Dedini, Caterpillar, de Belgo-Mineira, de lúcidas e ousadas lideranças civis. Dizê-lo seria farsa. Piracicaba, hoje, é a Febem de Barjas, de ACM Thame, de Roberto de Moraes. Somos o especialíssimo lugar onde todos fingem e falseiam. Há um velho código: “Enganem-me, que eu gosto.” A Febem chega para estragar o comodismo dessa gente. Quem viver verá. A inauguração da Febem é o Dia D. O da Derrota.

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