Sinfônica de Piracicaba interpreta Tchaikovsky

Sinfônica completa 115 anos em 2015 - foto Bolly VieiraUm dos mais populares compositores de música clássica de todos os tempos, Tchaikovsky tem duas de suas obras revisitadas pela Orquestra Sinfônica de Piracicaba (OSP) no próximo concerto, sob regência do maestro Jamil Maluf e solo do violinista Daniel Guedes, virtuose da atual geração. As apresentações gratuitas acontecem no sábado, 13, às 16h30 (ensaio geral aberto ao público) e às 19h45 (palestra e concerto), no Teatro Municipal Erotídes de Campos, no Engenho Central.
Autor do período romântico, o russo Tchaikovsky é conhecido pela intensidade dramática das óperas, sinfonias, concertos, coros, músicas de câmara e obras para o balé e o teatro. Sua vida pessoal é pontuada por polêmicas, em contraponto à carreira de sucesso. “É um compositor que representa a própria essência da orquestra, com conhecimento de cada instrumento, o que o fez um mestre da escrita sinfônica. Tudo o que escreveu soa magistralmente”, explica Jamil Maluf, diretor artístico e regente titular da OSP.

Dividido em três andamentos, o Concerto para violino em Ré maior, Op. 35, foi classificado por vários anos como “concerto intocável”, tanto que a estreia aconteceu três anos depois, em 1881. É considerada, até os dias atuais, uma obra complexa, por entrelaçar “técnica e musicalidade de maneira visceral”, conforme define Jamil Maluf. Tais fatores, segundo o maestro, dão a oportunidade de conhecer a qualidade do solista que “se dispõe a enfrentar a peça, como ainda da orquestra, sua parceira”.
Não é por menos que o maestro escalou para a atuar como solista deste concerto o carioca Daniel Guedes, que integra o Quarteto da Guanabara, é professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), regente da Academia Jovem Concertante e acaba de lançar o CD Amor em Paz, com o violonista Mario Ulloa. “É um músico completo. Trazê-lo para esse concerto vai enriquecer as comemorações dos 115 anos da OSP”, avalia.
Na segunda parte do programa, a OSP apresenta Sinfonia no.2, em dó menor, op.17. A obra de quatro movimentos também é chamada de Pequena Russa por utilizar temas populares e folclóricos da Ucrânia, conhecida como Pequena Rússia. “É como se o compositor fizesse um passeio por pequenas aldeias do século 19, participando de festas e danças populares. O final é contagiante, figura entre as páginas mais brilhantes do gênero de sinfonias”, explica Maluf.
Nesta que é a terceira apresentação da temporada, o público também tem a oportunidade de conferir, no hall do Teatro do Engenho, uma exposição sobre a história da OSP, com fotografias e dados sobre os nomes que contribuíram para a manutenção da Sinfônica de Piracicaba ao longo das décadas. Ainda no hall, a OSP monta uma “lojinha” para os que tiverem interesse em adquirir a camiseta comemorativa aos 115 anos.
A OSP manteve o ensaio geral aberto ao público, em função da alta procura por ingressos desde o início da temporada. Para Jamil Maluf, trata-se de uma possibilidade favorável ao público da terceira idade e às famílias com crianças. “O concerto já está pronto no ensaio geral, não há desvantagem artística para quem for assisti-lo. Há, até, a possibilidade de presenciar eventuais correções e conhecer melhor o processo de ensaio de uma orquestra.”

EDUCATIVO – O programa das 19h45 começa com a palestra O Meu Concerto de Hoje, por Jorge Coli, professor de história da arte e da cultura na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas na mesma instituição.

Os objetivos da ação são formar plateias e aproximar as pessoas da música clássica. Coli, ao encerrar as considerações em junho ao público, deixou suas impressões sobre o trabalho de reestruturação iniciado no primeiro semestre deste ano. “Das duas apresentações que assisti, estou convencido: a OSP já está entre as melhores orquestras do país”.

Para o maestro Jamil Maluf, o retorno positivo demonstra que a Sinfônica de Piracicaba é uma orquestra madura. Na abertura da temporada, em maio, o convidado para solar foi o pianista Eduardo Monteiro. No mês seguinte estiveram o maestro Thiago Tavares, que fez a regência, e a meio soprano Luciana Bueno.

A Temporada 2015 da Orquestra Sinfônica de Piracicaba é uma realização da Prefeitura do Município de Piracicaba, por meio da Semac (Secretaria Municipal da Ação Cultural). Além de Jamil, o trabalho de reestruturação da OSP tem o violoncelista André Micheletti como regente-assistente e diretor artístico associado.

SERVIÇO – Concerto da Orquestra Sinfônica de Piracicaba. Sábado, 13, no Teatro Municipal Erotídes de Campos (avenida Maurice Allain, Parque do Engenho Central). Horários: 16h30 (ensaio aberto ao público) ou 19h45 (palestra e concerto). Os ingressos gratuitos serão distribuídos a partir das 14h. Classificação livre. Mais informações: (19) 3413-5212.

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