Buuu!!! É a Loira Fantasma!

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Esse texto foi publicado em julho de 1988 no semanário impresso A Província. Recuperamos para lembrar os 30 anos de atuação em Piracicaba.

Há uns 12 anos, toda a cidade foi agitada pela presença de uma visitante muito especial, que causou discussões em toda a parte. Era uma mulher de cabelos loiros e, diziam até, muito bonita. Tinha um grande interesse em entrar em contato com outras mulheres em especial nos colégios da cidade, seus lugares preferidos. Até ai tudo bem, mas como ninguém é perfeito, essa mulher tinha um importante defeito: ela estava morta.

Foi a famosa “Loira Fantasma”, que em 1976 deixou Piracicaba e outras cidades em polvorosa, mas depois sumiu sem deixar rastros. A história dessa loira é um dos causos mais interessantes surgidos nos tempos atuais. Ninguém até hoje sabe se ela foi realmente vista ou se tudo na verdade não foi uma invenção de alguém, que se espalhou aos quatros cantos, com a velocidade incrível com que andam os causos bem contados.

Tudo bem, tem gente que jura ter visto a famosa mulher, de preferência “com esses olhos que a terra há de comer”, como se diz nessas ocasiões. E outros se lembram até hoje do medo que sentiram em dar de cara à noite com o estranho personagem.

TERROR NO BANHEIRO

Adriana de Oliveira, de 28 anos, diz que o medo da Loira Fantasma se espalhou como um raio no colégio em que estudava, principalmente porque suas aulas eram no período noturno. “Eu nunca fui de me impressionar muito com essas coisas, mas algumas amigas minhas tinham pavor. Elas não iam ao banheiro sozinhas nem se matasse”, conta.

Isso porque o banheiro feminino das escolas era o local preferido das aparições da loira. E Adriana tem uma teoria a respeito. “Me disseram que ela era uma professora e queria entrar em contato com as alunas para pedir algumas coisas.”

Quanto a ver mesmo, não aconteceu com ela. Mas outras meninas contaram coisas impressionantes. “Disseram que só dava para ver a cabeça dela, tinha um algodão no nariz e tudo recoberto por um véu”, diz. E não tardou para o povo chegar à conclusão de que a mulher havia sido decapitada, vejam que horror!

A febre da loira passou de repente, lembra Adriana. “Falaram que foi porque alguém entendeu o que ela queria e descansou em paz.” E, mesmo dizendo que nunca deu muita importância para o causo, afirma que sentiu alívio quando tudo terminou. “Foi uma loucura, até eu que sempre fui corajosa, já estava ficando com medo de encontrá-la pela frente.”

ALGODÃO NA BOCA

Fátima Alves, de 24 anos, também se lembra muito bem do episódio. Ela estudava também à noite, tinha muito medo de encontrar a loira, o que era comum entre as companheiras de classe. Ela até conta um fato interessante. “Uma vez, uma amiga saiu cedo da aula para encontrar o namorado. Só que antes foi ao banheiro. Escorregou e deu um grito. Ela não parava de gritar e saímos todas gritando também: a loira! A loira!”

Fátima não chegou a ver, mas história incríveis chegaram a seus ouvidos, aumentando o pavor. “Diziam que ela estava com um véu recobrindo o rosto e tinha algodão na boca. Isso porque seria uma professora que teria sido assassinada pelo marido. Só que, antes de matá-la, o homem tapou sua boca para que não gritasse.”

Por isso, diz que ela aparecia para pedir socorro. “Só que ninguém entendia o que ela queria”. Fátima diz que, depois de quase um ano de aparições, alguém deve ter sacado e tudo se acalmou. “Ela era de Rio Claro e só ficou em paz quando alguém mandou rezar uma missa em seu nome e colocou um vaso com rosas brancas em seu túmulo”, imagina.

Aí a Loira Fantasma se aquietou e nunca mais perturbou as estudantes da cidade. Um caso do outro mundo, não?

 

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