O sono do Salto

Dizem que, todos os dias, à meia-noite, numa fração de minuto o Salto cessa de fazer barulho e “dorme”.

Esta crendice foi-me contada, há muitos anos, por uma senhora de cor, minha conhecida. Reproduzo o caso, usando mais ou menos suas próprias palavras:

Uma ocasião eu estava num baile lá na rua do Porto. Quando foi perto de meia-noite, eu tinha dançado bastante e sai pra fora e sentei no barranco do rio, descansar um pouco. O Salto, lá de longe, fazia o barulhão de sempre. Me lembro que era justo meia-noite, me deu uma soneira e eu cabeceava de sono. De repente levei um susto. O Salto, como por feitiçaria, deixou de fazer barulho, ficando tudo quieto que nem cemitério. Mas lembro que foi um “tantico” só de tempo. Quando corri chamar gente, já ele fazia bulha de novo. Daí todos falaram: era o Salto que todos os dias, no meio da noite, dorme um pouquinho”.

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