Os “Anos Dourados” em Piracicaba (final). E, de repente, o fim do “Café da Manhã”

MEMÓRIA

Foram anos que determinaram os novos rumos da cidade. A coluna de Mauro Vianna (Marco Aurélio) conseguiu captar o que ocorria e, ao mesmo tempo, dar destaque a um novo estilo que, com dinamismo e desenvolvimento, dominava Piracicaba. Na memória, ficaram momentos determinantes.

Percepção dos “agricolões”

Os “trotes” promovidos pelo CALQ eram acontecimentos imperdíveis em Piracicaba, apesar de alguns excessos que provocavam reações. Tratava-se, quase sempre, de uma crítica bem-humorada à realidade daqueles tempos. O sucesso da coluna de Mauro Vianna era tanto que até nos “trotes” havia referência ao colunista que agitava a Cidade.(Foto principal.)

O “Park Lane”

Piracicaba, naqueles anos, substituiu o champanha pelo uísque. E a marca era o “Park Lane”, produto genuinamente piracicabano, fabricado pela “Societé de Sucréries Bresiliènnes”, proprietária do Engenho Central. O “Park Lane” fez-se marca famosa.

As irmãs Garroux e Silvinha

Numa época de ranços ainda conservadores, a juventude piracicabana ousou. O uso de minissaias e de vestidos balões ainda causava resistências. As irmãs Garroux, Baby e Lili, e Sílvia Hage eram pioneiras naqueles atrevidos. Mas a maioria da juventude mantinha conservadorismos familiares. (Foto: a então jovenzinha e bela Angela Maria Lacorte.)

O violão na sociedade

A bossa-nova – a partir de João Gilberto – revalorizara o violão como instrumento musical, que era visto como símbolo de boêmia. Até então, “moças de família” e senhoras eram estimuladas a tocar piano. Com a coluna de Mauro Vianna, moças e senhoras ousaram tocar violão em público. O destaque era para Ester Farah Zardetto de Toledo que, sem dúvida alguma, foi a primeira mulher casada, pertencente à elite social, a tocar e a cantar em público e em programas de rádio, na novidade lançada por Maysa.(Foto) E, entre a juventude, a jovem Rosely Canto. Em programas ao vivo, pelas rádio Difusora e A Voz Agrícola, Mauro Vianna levava-as ao ar.

 

 

Os “ranchos”, familiares

Piracicaba foi famosa por seus “ranchos” à beira-rio, locais de grande boêmia e de divertimentos clandestinos. Os “ranchos” eram, de certa forma, lugares suspeitos, de freqüência quase masculina. No “boom” de modernidade, provocado pela coluna de Mauro Vianna, passaram a ser “bem” as recepções festivas nos “ranchos”, almoços descontraídos. Tomaram-se, pelo menos por um tempo, locais familiares.

Festeiros renomados

“Receber” – com classe e com elegância – tornou-se palavra de ordem. As maiores recepções aconteciam na mansão de Mário Dedini, com a presença, quase sempre, de figuras nacionais. Havia, porém, outros grandes “hostess”, cujas festas eram destaques permanentes: os casais Louis e Eloá Clement, Romeu e Belinha Ripoli, Baldo e Ester Zardetto de Toledo, Luiz e Diva Guidotti (foto)são alguns de que, ainda hoje, Mauro Vianna se lembra.

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