A HISTÓRIA QUE EU SEI (107)

No MDB, as dificuldades eram grandes. A experiência emedebista na administração municipal, com Adilson Maluf, tinha sido negativa. Não havia, mais, lideranças expressivas. Se a ARENA pagava o preço da impopularidade do governo federal, o MDB ressentia-se, em Piracicaba, do fracasso da administração de Adilson Maluf. Seus candidatos não tinham expressão popular: o vice-prefeito Américo Perissinotto, o advogado Airton Pinazzi, o secretário José Lázaro Aprilante. Insinuava-se a candidatura de João Herrmann Neto, assessor de Adilson que obtivera algum destaque na Secretaria de Obras. Foi quando se deu a impugnação da candidatura de José Lázaro Aprilante, descobrindo-se que ele era filiado à ARENA em sua cidade natal, Capivari. A partir da impugnação a seu candidato preferido, Adilson Maluf perdeu o entusiasmo pela campanha eleitoral à sua sucessão. E, no dia da convenção municipal, o MOB apresentava os seus candidatos oficiais: Américo Perissinotto, o vereador Jorge Martins e, de última hora, João Herrmann Neto, que se havia aliado a José Aparecido Borghesi e Frederico Ferraz Nobre, homens do “staff’ de Adilson Maluf. Na realidade, eram três nomes sem grande apelo popular e eleitoral. Américo Perissinotto houvera sido marginalizado durante a administração de Adilson Maluf; Jorge Martins era conhecido apenas por sua atuação no comércio e entre os comerciários; João Herrmann Neto, tomado folclórico por suas brigas e estrepolias quando estudante na E.S.A. “Luiz de Queiroz”, passando por uma fracassada eleição a deputado federal e com alguma notoriedade na Secretaria de Obras e Serviços Urbanos no município.

Os próprios emedebistas admitiam, durante a campanha, que quase não havia possibilidades de enfrentar e vencer os três candidatos da ARENA. A campanha de João Herrmann Neto e José Borghesi desenvolvia-se quase na brincadeira, sem grandes compromissos, sem projetos, sem planos. Havia, pelo menos nos meios políticos, como que o consenso de que a ARENA venceria as eleições e que Romeu Ítalo Rípoli seria eleito prefeito de Piracicaba.

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