Os tempos mudaram, e os pais também

Domingo é dia dos pais.

Dia de abraçar, presentear, dia de dizer ao homem que ajudou a lhe dar a vida um muito obrigado.

Mas, os pais participativos, também enfrentam desafios na hora de educar.

Desafios esses que, podem ser superados facilmente, basta querer ser pai.

O psicólogo e pai, Nelson Freitas Pinheiro Machado, nosso entrevistado mostra o caminho para uma relação mais saudável entre pai e filho.

A Província – Qual a diferença dos pais da atualidade, com os pais dos tempos passados?

Podemos dizer que ainda sobrevivem os pais do passado com os pais da atualidade.

A emancipação feminina obrigou a mudança de nosso comportamento, a mulher que trabalha fora não mais aceita um pai que não participa quase integralmente, tirando a amamentação (brincadeira), as demais tarefas estão sendo bem divididas pelos pais da atualidade.

A Província – Nos tempos da permissividade como educar?

Amor e diálogo são fundamentais, sem esquecer que o amor significa uma atenção à disciplina, à responsabilidade, os chamados limites, sem repressão e sem super proteção, caso contrário tiramos a autonomia da criança no futuro.

A Província – Qual é o limite?

O limite seria não chegar a uma repressão que passa a exigir uma perfeição da criança, como p. ex., tirar sempre notas altas, ser o primeiro aluno, etc.

A Província – A importância de dizer não…

Com certeza aprendemos muito com os “nãos”, aprendemos principalmente resistir às frustrações, que serão tantas ao longo da vida.

A Província – A tarefa é complexa?

É claro, principalmente por que não tem manual para ser pai (e mãe), mas, se formos emocionalmente saudáveis e seguirmos o nosso coração, dará tudo certo.

A Província – O que fazer para suprir a falta de tempo?

Não se preocupar tanto com a falta de tempo desde que, a falta de quantidade seja compensada pela qualidade do tempo que ficamos com nossos filhos. Não adianta passar o dia todo com a criança de mau humor, irritado e passando isso para ela.

A Província – A presença paternidade faz a diferença?

Com certeza, a formação do superego que é a nossa instância psíquica responsável pelos nossos valores, a nossa “consciência” é formada absorvendo esses valores dos nossos pais, principalmente do pai que ainda continua representando a autoridade. Lembrando que esses valores têm que ser verdadeiros, pois, a criança é capaz, como ninguém, de perceber a diferença entre o discurso e os fatos, por isso a importância do exemplo e não do discurso moralista.

A Província – Há receita para ser um bom pai?

Sim, a receita seria: seja emocionalmente saudável e verdadeiro na sua forma de agir. Caso você perceber que possua algum problema emocional, tente resolvê-lo pela psicoterapia, pelo crescimento pessoal.

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