Apogiatura
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Passou-se um ano pro dia esperar
Não de graça, mas com tempo e com zelo
Afastei toda a prata do cabelo
Com rodas alegres, prosas de bar.
Se foi sofrido, custo a confessar
Pois todo mal vivido é um apelo
De uma procura por cartas sem selo
E por abrigo na luz de um luar.
Pro que me partiu, reservo o desprezo;
Com a pena de um pássaro sem seu ninho
Te desencravo, ainda mais ileso.
Soube, com aquele teu redemoinho,
Que não passas de poema sem peso
E, sem mentir, canto pelo caminho.