MST, questão de Polícia

Se todo paradoxo é difícil de compreender, esse, do governo Lula, parece indecifrável. Pois, ao mesmo tempo em que o Brasil se agiganta entre as principais nações do mundo, assistimos a complacências e omissões que nos nivelam a países imaturos em termos de civilização. Enquanto o mundo passa a nos respeitar como potência econômica e democrática, o MST nos arrasta a um mundo mais adequado à lei das selvas. Não tem mais sentido ou explicação que o governo Lula – com tantos sucessos e merecedor de tantos aplausos – continue parlamentando ou, por omissão, justificando ações de um movimento organizado que não respeita leis a não ser a da barbárie.

As imagens de destruição de cerca de 7 mil laranjais em fazenda produtiva, ainda que questionável em seu direito de propriedade, revelam a desfaçatez com que o movimento age como se fossem bandoleiros repetindo as ações de conquistas e de usurpações no Velho Oeste dos Estados Unidos. O MST está desafiando a paciência das instituições e dos brasileiros, querendo impor-se pela força. E se esquece de que, a toda ação, corresponde uma reação igual e contrária, a terceira lei de Newton. A contrapartida do respeito é o próprio respeito, violência desperta violência, desordem provoca desordem. O MST conta com a paciência dos brasileiros como se fosse ilimitada. E não é. O copo de desafios, de desrespeitos, de ilegalidades transbordou.

Ora, se não há como negar Lula esteja construindo, com uma equipe de profissionais competentes, um novo Brasil, não há, também, como entender seu governo continue silencioso e omisso diante dos desmandos, provocações e abusos do MST. São grupos organizados que não temem a lei e menosprezam o direito. E, por essa desfaçatez, começam a despertar a devida e proporcional reação conseqüente, que é a da força contra a força. Ou haverá alguém que, diante dos últimos episódios dos laranjais, estranhe se, em legítima defesa, houver uma reação violenta e proporcional dos invadidos? Ou há quem condene o dono de uma casa se ele atirar no ladrão que a invadiu?

O MST é uma excrescência nesse Brasil novo que se está construindo. E é de causar perplexidade admitir que o mesmo governo que nos desperta orgulho diante do mundo permita, ao mesmo tempo, a impunidade – por omissão ou conivência oficiais – de um movimento que se revela, cada dia mais, formado por grupos de baderneiros e de bandoleiros. O MST não é mais questão ou problema políticos. Tornou-se, por imperativo de Justiça, apenas caso de Polícia. Bom dia.

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