Nunca, antes, na história deste País…

Aprendi com Nélson Rodrigues – um dos mais geniais cronistas brasileiros de todos os tempos – a não temer ser repetitivo. Pelo contrário, segundo ele, a repetição é necessária pois, na realidade, nada há de novo sob o Sol. Por isso, repito, repetindo-me: para não votar em Lula, votei até no Collor. E em Brizola. E em Fernando Henrique. Depois, vi-me perguntando-me, após tantas desilusões: e Lula, por quê não? Votei nele as duas vezes a partir das quais se tornou presidente da República.

Alinhei-me entre os que nutriram grandes esperanças e me lembro do dia da sua primeira posse. Eu estava em Vitória, no Espírito Santo. A cidade, naquele revéillon, estava parada, paralisada, o povo de olhos na televisão, maravilhado diante daquele acontecimento inédito: o mecânico torneiro e sindicalista que chegava à Presidência da República. Guardei todos os chamados grandes jornais e revistas da época, encadernei-os, num misto de esperança e de certeza: um dia, meus netos e bisnetos haveriam de querer saber daquela história que parecia um conto de fadas. E uma convicção que me fazia brilhar, na alma, uma luzinha que parecia apagada: com Lula, poderia surgir um novo tempo.

Mas entrei em depressão, quando estouraram os escândalos de Brasília, a corrupção minando também aquele novo governo, da mesma maneira como minara o de Fernando Henrique e os anteriores. Desanimei, confesso-o. Mas, a pouco e pouco, senti que o povo brasileiro não desanimara, ainda acreditando no seu presidente, ainda crendo em Lula, criando como que uma aura protetora que resguardava também as suas próprias esperanças. Num fenômeno ainda não inteiramente compreendido, o presidente Lula sobreviveu a todas as crises e, mais do que tudo, sobreviveu à fúria rancorosa da grande imprensa brasileira, sei lá enlouquecida por quais interesses ou idiossincrasias, destiladora de venenos que, pelo visto, estão voltando contra ela própria. As cobras provam de seu próprio veneno.

Tenho, hoje, declarado meu entusiasmo de brasileiro para com o Brasil comandado pelo presidente Lula. Critiquei-o muitas vezes, cheguei até mesmo a fazer ironias tolas. Mas, sem receio de imodéstia, me considero alguém minimamente inteligente e lúcido para insistir na cegueira que ainda atinge alguns núcleos rançosos da vida brasileira: o Brasil é outro, o Brasil é respeitado no mundo todo, o Brasil é uma das esperanças do planeta em todos os sentidos, como se voltássemos a ser a Canaã que havia renunciado a seu grande destino.

Os novos números de pesquisas – que boquiabriram até Antônio Lavareda, um dos especialistas do PSDB – indicam que 92% dos brasileiros estão grandemente otimistas com o próximo ano, de 2010. E que 82% da população brasileira aplaude a atuação do presidente Lula no comando do governo brasileiro. Não percamos de vista o fato, tido como científico em sociologia, de que há unanimidade quando se alcança 90% da opinião pública, seja contra ou a favor. Lula está próximo disso, pelo menos neste final de 2009. E, mais ainda, se transformou, conforme os analistas políticos, no “mais popular governante do Planeta”. É brasileiro, portanto, o mais popular dos governantes de toda a Terra, o nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E isso, senhores e senhores, nunca aconteceu, antes, na história deste País…

Como disse Belmiro Braga, o menestrel: “Quando o povo quer, Nem Deus desanima.É água de morro abaixo, É fogo de morro acima.” E bom dia.

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