Choveu? Lula é o culpado.

A superficialidade é tal que uma questão deveria impor-se às pessoas pensantes: parte da imprensa usa e abusa da má fé ou julga que o povo se transformou, realmente, numa massa de idiotas? Ou, pior ainda: parte da imprensa não dá importância a mais nada, como se tivesse renunciado a qualquer compromisso com a reflexão séria, com a análise honesta.

Não há mais que se discutir sobre uma realidade absolutamente dolorosa, mas representativa de um país nostálgico das capitanias hereditárias: o preconceito – social, econômico, cultural – contra o Presidente Lula é indesmentível. Perdeu-se o pudor para permitirem-se, editores e donos de jornais conhecidos, a crítica sem sentido, desonesta, comprometida com outros interesses que não os da nação. Acusa-se Lula de tudo, responsabiliza-se Lula por tudo. Ao mesmo tempo em que se critica o chamado messianismo do Presidente, exige-se que ela seja todo poderoso, tão poderoso a ponto, até mesmo, de ser responsabilizado, por exemplo, pelos sanguessugas do tempo de Fernando Henrique. Um exemplo de jornalismo histérico, furibundo, alucinado, sem compromisso com a análise minimamente decente é o que faz o sr.Jabor, em crônicas hormonalmente juvenis, impróprias para um cidadão de sua idade.

Choveu? Lula é o culpado. Não choveu? Lula é o culpado. Há Bolsa Família? Lula é o culpado. Bolsa Família não é solução? Lula é o culpado. Políticos há que não prestam? Lula é o culpado. O PT foi um blefe? Lula é o culpado. O PT não é mais aquele? Lula é o culpado. O controlador de vôo falhou? Lula é o culpado. Há deficiências quase cinqüentenárias nos aeroportos brasileiros? Lula é o culpado. A Princesa Isabel libertou os escravos e não lhes deu condições de sobrevivência? Lula é o culpado. ACM morreu? Lula é o culpado. As vaias programadas no Maracanã? Lula é o culpado.

Ora, um homem eleito espetacularmente por duas vezes, por escolha da maioria esmagadora da população brasileira, um presidente cuja popularidade aumenta a cada dia – apesar dos gemidos das hienas e do crocitar dos corvos – esse homem tem que ser respeitado. O Brasil está próximo de sua consolidação institucional, da normalidade econômica, consolidando a sua soberania como Estado e seus valores como Nação. Os empregos começaram a surgir, a economia cresce, as reformas estão sendo projetadas apesar da relutância dos velhos coronéis e nostálgicos das capitanias hereditárias.

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