A primeira Câmara republicana: os monarquistas desistiram

Por mais benefícios que tenham trazido a Piracicaba, e trouxeram-nos, os Moraes Barros mostraram, desde o início da República, que iriam “fazer política” para vencer e chegar ao poder, sem dó ou misericórdia. Foi em 1892, no dia 30 de agosto, que se realizaram as primeiras eleições municipais, já dentro da ordem republicana. Não havia, então, eleição para prefeito. As cidades seriam administradas por um conselho municipal, o “Conselho de Intendência”.

Dois partidos disputaram as primeiras eleições: o Monarquista, comandado pelo Barão de Rezende; e o Republicano, chefiado por Paulo de Moraes Barros. Os “republicanos” deram uma lavada, assustando os monarquistas. Paulo de Moraes Barros conseguiu, para impressionar os votantes, que viessem a Piracicaba “50 praças e 6 corneteiros” de São Paulo. Eles ficaram pela cidade, fazendo demonstrações marciais que encantavam a população. E que, também, deveriam atemorizar. Resultado das eleições: os Moraes Barros venceram de cabo a rabo. Os monarquistas do Barão de Rezende nem sequer compareceram às eleições.

A composição da primeira Câmara Municipal, no entanto,  foi eclética. A posse de deu no dia 29 de setembro de 1892, e lá estava o primeiro Conselho de Intendência da Piracicaba republicana: Manuel de Moraes Barros, Joaquim Fernandes de Sampaio, Francisco Florêncio Rocha, Joviniano Reginaldo Alvim, Antonio de Paula Leite Filho, João Augusto de Brito e o Barão de Rezende. Para a posse, muito foguetório e banda de música.

[Este conteúdo foi publicado no “Almanak de Piracicaba”, editado pelo jornalista Cecílio Elias Netto, do jornal impresso “A Província”, que circulou como suplemento do jornal “A Tribuna Piracicabana”. Para este projeto, foram elaborados vários fascículos ao longo do período de novembro de 1995 a agosto de 1997.]

Outros conteúdos estão reunidos na TAG Almanak de Piracicaba.

Deixe uma resposta