O triste fim de um pesadelo
Se houve quem carregou toda a tragédia do COMURBA nas costas, este foi o advogado, empresário e usineiro Raul Coury. Era um dos sócios da empresa de urbanismo. Quando o edifício ruiu, foi preciso cuidar de todas as terríveis conseqüências: apuração de responsabilidades, indenizações, confortos materiais e morais. O pesadelo somente se encerrou no dia 20 de outubro de 1978, quase 15 anos depois, quando Raul Coury notificou todos os acionistas da empresa sobre o encerramento das atividades da Comurba. A carta dizia laconicamente o seguinte:
“Sr.Acionista. Depois de vendermos os móveis, maquinaria e ações da “Cipatel” relacionados em correspondência anterior, conseguimos apurar Cr$100.232,73 que, com o saldo anterior, somou um total de Cr$104.479,00 à disposição dos acionistas. Estamos procedendo, nesta data, a um rateio de Cr$100.000,00 – o que corresponde a 3,33 vezes o capital inicial – pelo que estamos lhe entregando, com esta, o cheque nº (…) de Cr$170,00, contra o Banco Comércio e Indústria de São Paulo S.A . (…)
Solicitamos obséquio de assinar a ata de dissolução da companhia, encerrando, assim, definitivamente, as atividades do Comurba. Após 14 anos de lutas e dificuldades, que advieram com o sinistro do edifício que todos nós propusemos a construir com o fim precípuo de dotar Piracicaba de prédio grandioso e belo, e cujo fim foi lamentável, encerramos as atividades da firma, na certeza de que a Diretoria tudo fez para conduzir a um final o menos doloroso possível. (…) Gratos. Raul Coury.”