Os engenheiros- agrônomos de 1958

Apenas três moças formaram-se entre os engenheiros-agrônomos de 1958. Naquele ano, a colação de grau e o baile já tinham grande repercussão na cidade.

A revista Mirante, em janeiro de 1959, tenta retratar a grandiosidade e elegância desses eventos.

Reportagem de Joaquim do Marco
Fotos do: City-Foto

 3 MOÇAS ENTRE OS AGRÔNOMOS DE 58

De tôdas as festas de formatura que se realizam anualmente, em Piracicaba, a mais imponente e de maior repercussão é, sem dúvida a dos agronomandos da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. E razões de sobra existem para isso.

Vejamos. A primeira e mais forte é o seu caráter universitário, que lhe dá uma expressão de universalidade realmente de empolgar. Piracicaba, apesar de seu vertiginoso crescimento nestes dois últimos anos, ainda não é uma cidade grande. Não pode ser crismada de “capital” de uma zona, como sucede a Ribeirão Preto, por exemplo. E não tem ainda, em seu perímetro urbano, população de ao menos cem mil habitantes. Não pode, por isso e, felizmente para todos nós, esconder seus ares e hábitos provincianos. Na festa da Agronomia, porém, esses hábitos como que desaparecem e Piracicaba assume aspecto de cidade grande, que acolhe, em seu seio gente de todo o mundo. Universaliza-se, portanto, e a festa torna-se verdadeiro regalo espiritual por nos oferecer o convívio de tantos “estrangeiros”. A colação de grau dos engenheiros-agronômos da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, tem sido, através dos anos, a maior festa de cultura da cidade.

Outro ponto a considerar é o ambiente fino, requintado, nobre mesmo, do recinto em que se realiza a festa. Realmente, desde que entramos no prédio imponente, afigura-se-nos que vamos sendo envolvidos pela sua majestosidade. E quando, afinal, pisamos o imenso “hall” e adentramos naquele Salão Nobre suntuoso e belo, seja para a festa de colação de grau, seja para o baile de formatura, a impressão que nos assalta é a de estarmos num ambiente festivo internacional do velho mundo. Não parecemos ali os provincianos de há pouco, mas autênticos cavalheiros e damas de grandes civilizações.

E dentro dêsse ambiente – só por si magnífico e superior – temos, em noites seguidas, dois acontecimentos festivos tão notáveis como aristocráticos: a colação de grau e o baile. A primeira tem sido, através dos anos e ultimamente com a beca, a maior festa de cultura da cidade, na qual se apresentam grandes personalidades da política e do saber e grandes oradores forrados de credenciais e ciência. O segundo, o baile, com os trajes a rigor, com a elegância dos cavalheiros, que semelham nobres de côrtes européias, e com a beleza deslumbrante das damas, pompeando nas ricas, coloridas e caprichosas “toilettes”, é a festa máxima, a festa por excelência da cidade, é o… Baile da Agronomia! Sem outro qualificativo nem especificação. É o baile com o qual sonham todas as jovens da sociedade, o baile que limita dois longos períodos de nossa vida social: o “antes dele” e o “depois dele”. Ah! O Baile de Formatura da Agronomia! …

Não digamos mais nada. Falem por nós, se possível, essas fotografias que procuraram fixar alguns instantes da maior festa social de Piracicaba.

FIM

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