A HISTÓRIA QUE EU SEI (122)

Segunda fase de Herrmann
Após os acontecimentos que se tomaram conhecidos como “Mar de Lama” e a conseqüente renúncia de quase todo o Secretariado, a administração João Herrmann Neto entrou em outra fase e em outro ritmo. Tomou-se difícil, para o prefeito, compor um novo secretariado, pois muitos recusavam-se a fazer parte de sua administração. Dos antigos assessores, permaneceram apenas o então padre, José Maria Teixeira, Florivaldo Coelho Prates e Francisco Núncio Cerignoni. As dificuldades eram tais que João Herrmann Neto teve que convocar um vereador, Paulo Bortoletto, para a Secretaria de Obras Rurais, cuja notoriedade estava no “slogan” que ele próprio criara para si mesmo na campanha de vereador: “Porquêra por porquêra, vote em Paulinho Tranquêra”. Para algumas secretarias, foram convidados nomes desconhecidos à administração e à política municipais: José Eduardo de Mello Ayres, para Esporte e Turismo; José Sérgio Guidotti Alves, para o SEMAE, entre outros. Durante cerca de seis meses, João Herrmann tentou montar o seu novo Secretariado, enquanto corria, na Câmara Municipal, a nova sindicância, sobre o episódio “Mar de Lama”. Foi, então, que aconteceu nova crise, a chamada “crise na Saúde”, quando os médicos José Eduardo e Maria Lúcia Passos Jorge passaram a ser acusados de pregar a revolução armada junto à periferia. Na realidade, eram eles os responsáveis, juntamente com o médico sanitarista Alexandre Alves, por uma grande transformação no enfoque da saúde pública em Piracicaba. Eles haviam alterado as prioridades, voltando-se integralmente para as populações periféricas. E isso passou a desagradar, ao mesmo tempo, a classe médica e os políticos. Na Câmara Municipal, até mesmo vereadores do PMDB pediam a queda de José Eduardo e Maria Lúcia Passos Jorge. Nesse período, a força da administração concentrava-se num professor da UNIMEP, Barjas Negri, que procurava controlar os radicalismos ideológicos existentes. O casal Passos Jorge, sob pressão, deixou a administração, sendo acompanhado por Francisco Cerignoni, que também renunciou, seguido, algum tempo depois, pelo padre José Maria Teixeira. Substituindo-os, veio o médico João Germano, de Ribeirão Preto, também com idéias de esquerda, tendo Alexandre Alves como o seu braço direito.

Davam-se os contornos finais ao novo secretariado, sendo convocados para participar da administração um graduado funcionário do SEMAE e jornalista, João Maffeis Neto, que assumiu a Secretaria de Informações, mais Elizabeth Jordão, funcionária do SESI, que assumiria a Secretaria de Bem Estar Social…

* CONTINUA

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