A HISTÓRIA QUE EU SEI (XCI)

Os “Iaudistas”, de novo
Derrotado em sua reeleição à Assembléia Legislativa, Domingos José Aldrovandi continuou na presidência da ARENA, mas desmotivado e com sua liderança fragmentada. Quando Laudo Natel foi escolhido Governador de São Paulo – na verdade, uma nomeação do Governo Federal – João Guidotti e os remanescentes do “guidotismo”, então instalados no MDB, deram uma nova guinada partidária e retomaram à ARENA, agora com o prestígio do novo Governador e tendo, na presidência estadual do partido, o deputado federal José Salvador Julianelli, “laudista” de prestígio, com amizade pessoal junto a alguns “guidotistas” de mais destaque. A equação se invertia: se João Guidotti controlava apenas 20% do partido, passava a ter controle sobre 80%. E, ao mesmo tempo, deixava partidários no MDB, que tinha o controle absoluto do deputado Francisco Antonio Coelho.

A posição de Cássio Paschoal Padovani era de desconforto e a sua influência sobre a ARENA passou a dever-se apenas ao fato de ele ser o Prefeito do Município, conhecendo uma nova situação difícil e desconfortável: os “guidotistas” o hostilizavam e Cássio Paschoal Padovani tinha que conviver com eles. As atenções começavam a voltar-se para as eleições de 1972 e João Guidotti passava a ser, com a ascensão de Laudo Natel, o candidato com mais potencial político da ARENA. Por seu lado, Cássio Padovani tentava costurar uma “dobradinha” para a sua sucessão, pretendendo que eu fosse candidato a prefeito tendo o valoroso Guerino Trevizan como vice, ou invertendo-se a posição conforme as tendências do eleitorado. A tentativa de Cássio Padovani não surtiu efeito, pois não aceitei a proposta e, pior do que isso, sobreveio-lhe a enfermidade que o levaria à morte.

Foi durante a administração de Cássio Paschoal Padovani que um jovem engenheiro-civil, formado no Vale do Paraíba, de nome Adilson Benedicto Maluf, começou a freqüentar a Prefeitura, levando planos e projetos, querendo oportunidades de trabalho junto às obras do município, mostrando entusiasmo e idealismo juvenis. Admirador de Luciano Guidotti, o jovem Adilson Benedicto Maluf passara a ter, em Cássio Paschoal Padovani, inspiração para os planos político-administrativos que já vinha acalentando.

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