Conseguimos conquistar com braço forte

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     images (85)Permita-me, caro leitor, mais uma crônica futebolística, pois o que aconteceu no sábado foi um sonho intenso, um raio vívido. Que de amor e de esperança a terra desceu. E num formoso céu, risonho e límpido, a imagem do Brasil resplandeceu.

     Desde que a Copa começou, minha vocação é escrever sobre ela. E hoje pressinto no coração que o caro leitor poderá vir até aqui, para ler algo a respeito do terrível “mata-mata” cardíaco de sábado passado.

     Sim, aquilo quase nos matou também. Foi uma partida das mais difíceis, uma luta sangrenta de dois gigantes num campo de batalha. Assistindo à árdua peleja, uma multidão verde-amarela torcia e jogava junto com a seleção brasileira.

     Penso eu que os do “contra a Copa” se renderam todos, depois da partida de sábado. É bonito ver raça, garra, espírito bravio e amor àquela camisa que todo jogador brasileiro sonha em vestir um dia. Creio que muitos não agüentaram permanecer diante da tevê, após a prorrogação, quando a decisão seria nos pênaltis. É brincadeira?

     Mas, havia um braço forte de um goleiro chamado Julio César, que já começara a derramar suas lágrimas antes mesmo de tomar posição junto às redes, para enfrentar as cobranças mortais. Emoção? Medo? Insegurança?

     Belchior compôs uma música, cuja letra diz: “Estava mais angustiado / que um goleiro na hora do gol”. Ó, a angústia de tomar um gol! Menor não deve ser o desespero do zagueiro que marca um “gol contra”. Paciência, isso acontece. É próprio de quem defende a bola como um leão, numa destas arenas fantásticas que exigem tática, disciplina, talento, concentração.

     Trata-se de coisa séria, senhores. Uma partida nas oitavas de final, entre Brasil e Chile, é façanha que exige respeito. Silêncio. Vai tocar o Hino Nacional. Eles cantam lá e nós cantamos no nosso sofá, a mão direita sobre o peito. Impávido colosso. Terra adorada. E choramos também.

Ah, que Hino Nacional mais lindo é o nosso! Que orgulho nos dá cantá-lo e ouvir os craques cantarem a todo pulmão, as cordas vocais rezando o amor à pátria.

     Pronto. Apita o árbitro. Não é hora de ficar olhando para as chuteiras douradas e lindas, que irão bater o pênalti com precisão e arte, se preciso for. E assim foi. Noventa minutos de pura tensão, acertos, erros, chutes na trave, a bola no chão, a bola no ar. Ambas as equipes mostrando por que chegaram até ali. E que vença o melhor. Mas, por favor, que vença o Brasil, pois somos duzentos milhões em ação.

     Que ação? Esta que acontece de quatro em quatro anos, de vestir a camiseta verde-amarela e comprá-la também para os nossos pequeninos de um aninho de idade, e ensiná-los a tocar as cornetinhas, a brandir no ar a bandeirinha linda e a falar “gooool”.

     Bem, amigos, que venha a Colômbia! De qualquer forma, já estaríamos livres do canibal Suárez… Que foi bem recebido no Uruguai, cuja seleção manda dizer que há espaço para ele nos vestiários. Mas para de morder, cara. Coisa feia!…

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