A obrigação de explicar.

O vereador Gustavo Herrmann vai-se tornando um dos pilares da Câmara de Vereadores na vigilância diante da administração municipal. Aquilo que alguns setores do PSDB fazem, no governo federal, em relação ao Presidente Lula, Gustavo Herrmann tem feito, em Piracicaba, em relação ao prefeito tucano: fiscalizar, cobrar, vigiar. E se há denúncias que levantam suspeitas em relação ao Presidente, há denúncias graves e constantes que colocam o prefeito Barjas Negri sob suspeição, não importam as desculpas esfarrapadas dadas por assessores e membros da equipe.

Ora, o Brasil todo assistiu ao espetáculo deprimente de o nome de Piracicaba ter sido arrastado na lama da corrupção nacional, com denúncias e suspeitas fortíssimas em relação a Barjas Negri, amigos e parentes seus, empreiteiros de Piracicaba, transformados, nacionalmente, em membros de “máfia de ambulâncias”, “sanguessugas”, “máfia de casinhas”, além de um mal explicado fundo da Educação aplicado em livro com plágios e comercializado.

Quando o falecido Abel Pereira ocupou as páginas dos principais jornais e revistas brasileiros, quando emissoras da tevê estamparam escândalos que atingiram Piracicaba, pessoas de bom senso alertaram para a necessidade de Barjas Negri explicar não apenas as suas relações – que elas são antigas, apesar de desmentidas – mas o porquê de obras, daquelas empresas, continuarem sendo realizadas sem maiores ou devidas explicações. Ora, quando há suspeição, o mínimo de pudor e de respeito exige que se façam explicações e que se interrompam questões tornadas suspeitas. Se é isso que se faz e se pede, por exemplo, em relação ao Senador Renan Calheiros – de quem se reclama o afastamento da presidência do Senado, até mesmo renúncia ao cargo – é absolutametne justo que, no caso de Piracicaba, se peçam explicações diante de tantas suspeitas, denúncias e envolvimentos.

Piracicaba deve, ao vereador Gustavo Herrmann e alguns de seus pares, respeito e admiração por essa vigilância. E especialmente por ela estar sendo sonegada, em outras instâncias, por instituições e personagens que, costumando falar e protestar contra a corrupção distante, finge ou não quer saber do que acontece em sua própria terra. O pedido de explicações é legítimo, honesto e tem que ser exigido. Pois, afinal de contas, o prefeito Barjas Negri já está, há muito, devendo explicações de ordem moral a esta cidade e a este povo. Desde a campanha eleitoral, quando pastores ditos evangélicos falaram de “negócios” como apoio eleitoral, confessando terem manipulado eleitores ingênuos.

E mais: quando financiadores de campanha ocupam cargos na administração e chegam até mesmo a pedir participação em obras, as evidências, mais do que dramáticas, se tornam alarmantes. A administração municipal deve, sim, explicações. E muitas.

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