Biruta pentecostalista.

Davi Barros e seus sectários parecem ter entendido mal a voz do Espírito Santo, que lhes teria soprado para destruir um templo, o da Unimep, e construir um mercado em seu lugar. Entenderam mal, agiram mal e estão de tal forma perdidos que a questão se tornou de responsabilidade civil e penal.

Pois quando, em cúpulas diretivas, dirigentes se comportam desnorteada e desorientadamente, providências ousadas e urgentes hão que ser tomadas. E cirúrgicas. No caso de Davi Barros e sua turma, cobra-se, agora, um rito sumário de afastamento antes que o edifício rua de vez, não sobrando pedra sobre pedra. Fosse em empresa privada, teriam sido ou responsabilizados civil e criminalmente ou submetidos a exames especiais, incluindo os de sanidade mental, pois, se provada a doença, serviria como dirimente. O crime de desmoralização de uma marca, a da Unimep, já está cometido.

Davi Barros se transformou na mais patética biruta pentecostal que a antigamente gloriosa universidade e a perplexa Piracicaba já conheceram. Não que piracicabanos da velha guarda desconhecessem Davi Barros, que o conheciam e, por isso, temiam por seus desequilíbrios. Mas pelo envolvimento da Igreja Metodista no que, agora e sem mais qualquer dúvida, se pode chamar de loucuras e de experiências desastradamente comprometedoras. Davi Barros age, simbolicamente, como o palhaço que se diverte colocando fogo no circo. Mas não percebe que há muitos chorando – e outros, divertindo-se – ao vê-lo agir, comportar-se, atuar e destruir como biruta enlouquecida, aquele instrumento que, movendo-se ao sabor dos ventos, pode enlouquecer quando o sopro das ventanias é desordenado. Se Davi Barros e sua turma acreditaram o Espírito Santo ter-lhes soprado nos ouvidos, ou não entenderam o sopro ou foram sopros confusos. Em vez de iluminação, aconteceu a Babel.

Ora, se a Igreja Metodista não mais se importa em ser desmoralizada, violentada em seus antigos e respeitáveis alicerces, o problema é dela e dos fiéis que aceitam essa irresponsabilidade também histórica. Afinal de contas, pode ter ocorrido que Davi Barros e seus sacerdotes tenham ouvido, do Espírito Santos, que se aproximam os dias finais, que o Apocalipse está no horizonte e eis que, ulalá, lá se vão eles todos apressados como os santos dos últimos dias.

Se a Igreja Metodista – por essa cúpula que parece magnetizada pela biruta pentecostalista – aceita, acolhe, aplaude e admite, é preciso insistir-se em uma outra realidade, mais concreta e real: a Unimep pertence, também e especialmente, a Piracicaba. Foi Piracicaba que lhe deu estrutura, que lhe deu alicerces, que lhe forneceu condições de existência e de sobrevivência. Desprezar essa verdade histórica é aplicar o golpe do baú, como já se percebe até mesmo em loteamentos que, previstos para uma finalidade, se destinam, agora, a outras não muito claras.

Se a Igreja Metodista participar deste golpe do baú contra Piracicaba e os piracicabanos, ela não estará, apenas, sendo conivente e cúmplice de birutices administrativas, de uma biruta que se desgovernou. Ela será conivente e cúmplice com uma questão de honra, de dignidade e de decência. Pois não é honroso, nem digno e nem decente o que Davi Barros e seus diáconos – que podem se tornar asseclas, se configurado o golpe do baú – fazem em relação a Piracicaba.

Se boa parte da imprensa local e dos políticos finge não saber o que está acontecendo, são cúmplices também. De nossa parte, sabemos o que acontece. E, acima de tudo, somos testemunhas oculares e parte dessa história gloriosa que, com mais de 40 anos de existência, não pode e não merece ser vilipendiada por birutices de birutas enlouquecidas, mesmo que pentecostais.

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