Júlio Romero, símbolo das vítimas.

Não há mais como duvidar: a insanidade administrativa tomou conta do comando da Unimep, como se Davi Ferreira Barros tivesse voltado ao passado, com as truculências e ações suicidas que marcaram os anos 1970 e parte dos 1980. As demissões em massa – sem qualquer critério de valor, senão o de diminuir despesas – começam a provocar, se não forem reparadas e contidas a tempo, perdas absolutamente irreparáveis à Universidade. E o lamentável é que, até aqui, a cúpula da Igreja Metodista – contrariando toda uma história de bom senso e de valores nobres claramente definidos – se mantém silenciosa. Seria conivente? Seria a cabeça pensante que determinou essa política de terra arrasada?

Um símbolo dessa destruição, dessa devastação que transforma a Unimep em praça de guerra, com trincheiras de valentia tentando superar trincheiras de mediocridade, está na demissão do prof.Júlio Romero. São muitos e muitos professores, no mesmo nível cultural e intelectual, com o mesmo cabedal de conhecimentos e de prestação de serviços cujas cabeças foram cortadas. Mas há que se falar em Júlio Romero, mostrando-o como símbolo das vítimas de Davi Ferreira Barros pelo que o ilustre professor representa em dimensão nacional e internacional.

Júlio Romero – que Davi Barros dispensa por e-mail, o que não se faz nem em relação a pessoas humildes e desconhecidas – insisto, Júlio Romero tem sido não apenas um patrimônio humano da Unimep. Mas, por muitos anos, é consultor das principais instituições de ensino do País, de Capes e de CNPq, além de representante brasileiro em um sem conto de congressos internacionais que buscam estudar a Educação. Júlio Romero é um ícone da Educação brasileira. E Davi Barros, em atitudes que permitem refletir sobre insanidades e suicídios culturais, dispensa-o, passando, assim, a definir que, realmente, qualidade é o que menos interessa a essa Nova Unimep”, já golpeada de morte. Davi Barros parecer querer demonstrar que entende muito de preços, mas pouquíssimo de valores.

Nem bem se correu a estupefaciente informação de que também Júlio Romero foi degolado por esse novo Herodes da Unimep, diversos convites de universidades estaduais e federais requisitam os trabalhos profissionais e intelectuais de Júlio Romero, um brilhante entre pedregulhos que cobrem os caminhos da educação brasileira, que, agora, Davi Barros insiste em percorrer.

Seria impossível referirmo-nos a tantos e tantos valores que a sanha de Davi Barros tentou anular. Júlio Romero representa-os. E que esse martírio inspire a Igreja Metodista a inspirar-se em bispos e pastores como, entre outros, José do Nascimento e Oswaldo Dias da Silva, que – por sabedoria e espírito nobre – souberam impedir o naufrágio em crises anteriores e semelhantes. O doloroso é saber que Davi Ferreira Barros sabe de toda essa história, de quanto sofrimento houve nos momentos em que se tentou mercantilizar a Unimep. Desgraçadamente, ele quer repetir a história. No entanto e felizmente, a história se repete apenas como farsa.

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