Propaganda, monte e moscas.

O mínimo que se pode dizer da atual campanha eleitoral é que a propaganda dos candidatos está mais cautelosa. Quase me arrisquei a dizer que mais limpa, mas não é bem isso. Limpeza implica uma série de conceitos e valores que, nem todos, mais dizem respeito à política. A cautela é dos candidatos e partidos, diante da legislação eleitoral que impediu aquela sujeira não mais apenas de bastidores ou de acertos e desacertos, mas nas ruas, nas praças, nos postes, nos bens públicos.

A diplomática atitude do juiz Rogério Sartori Astolphi – orientando o candidato a José Pedro Leite da Silva (PL) retirar cabos eleitorais e cartazes nos canteiros da cidade – deu resultado, apesar dos resmungos do já velho político que deveria saber dessas coisas, especialmente por ter sido secretário municipal de turismo na atual administração. Ora, se um ex-secretário de turismo “invade” espaços públicos e desrespeita legislação, o que se esperar?

Há, pois, cautela na atual campanha eleitoral, que está insossa, chocha, com grande parte do povo mostrando-se desinteressado e quase evitando os candidatos. No final das contas, haveremos de ver que os velhos caciques da política municipal receberão a maioria dos votos. Só que, desta feita, parece que não mais por uma escolha consciente e decidida do povo, mas por desencanto, por “deixar estar para ver como é que fica”, por acreditar que nada adianta ficar mudando de nomes. Como dizia a velha e combativa, desbocada e valente, a falecida deputada Conceição da Costa Neves, a Conceição Santamaría: “Na política brasileira, mudam as moscas. O monte sempre continua o mesmo.” Pois é.

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